"A Marinha brasileira participa de diversas iniciativas no Atlântico Sul, inclusive duas grandes ações desde 2014 organizadas por intermédio dos EUA e da França, quais sejam: Obangame Express e Grand African, respectivamente. A Operação Guinex é uma relação direta [do Brasil] com países africanos, porém ainda com contatos e coordenação com EUA, França e outros países europeus", aponta Yeros.
"O significado é ambíguo, pois o Brasil precisa ter segurança no Atlântico Sul contra pirataria, tráfico ilícito e outros crimes e também para a exploração do pré-sal e gás no seu litoral, porém há a tendência contínua de se submeter ao comando africano dos EUA quando se relaciona com a África."
"Além das rotas comerciais e dos recursos naturais, o Brasil almeja vender equipamento da sua indústria militar, especialmente da Embraer. Mas pouco sucesso teve até hoje, com exceção de uma encomenda da Nigéria. Poderá o Brasil ter uma influência positiva no setor se oferecer, de fato, uma alternativa para equipamento militar independentemente dos EUA ou da França", analisa.
"Quanto maior a autonomia dessas relações entre Brasil e África, maior seria o espaço de manobra para encontrar alternativas de cooperação", finaliza.