A Índia não aderirá ao plano dos países do G7 de impor um teto de preço ao petróleo russo, disse Nandan Unnikrishnan, cientista político indiano e bolsista honorário da The Observer Research Foundation.
Os países do G7, a Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido, acordaram durante uma cúpula de 26 e 28 de junho a intenção de reduzir a dependência dos hidrocarbonetos russos e concordaram preliminarmente em limitar os preços do petróleo da Rússia. Atualmente estaria sendo discutido um teto de preços de entre US$ 40 (R$ 207) e US$ 60 (R$ 311) por barril.
"A meu ver, a Índia não se juntará a isso, mesmo que isso baixe o preço e responda aos desafios econômicos que a Índia enfrenta. [...] Essa decisão está enraizada no regime de sanções impostas contra a Rússia, e isso porque a Índia não aderiu a essas sanções, que não foram aprovadas pelas Nações Unidas. A Índia somente reconhece as sanções que são declaradas ou aprovadas pela ONU", sublinhou Unnikrishnan à Sputnik.
De acordo com o especialista, se os países do G7 ativarem tal mecanismo, "a Índia terá que pesar cuidadosamente suas relações com muitas grandes potências, calculando bem todos os prós e contras". No entanto, Unnikrishnan considera improvável que Nova Deli enfrente sanções secundárias devido à compra do petróleo russo.
"Na situação atual no Indo-Pacífico, a Índia encontra parceiros entre os países ocidentais, particularmente entre os aliados dos EUA. Não quero dizer que a China é inimiga da Índia, mas no momento atual ela representa o maior desafio. A Índia precisa de relações com países ocidentais como um contrapeso para o crescimento da China na região. Os países ocidentais compartilham plenamente desta visão indiana, portanto não creio que eles estejam pensando impor sanções secundárias contra a Índia", disse ele.
Moscou tem advertido que tais passos do Ocidente apenas agravarão a crise energética, e que recusará vender a países que aderirem ao esquema.