Em menos de duas semanas, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia vão impedir a entrada de cidadãos russos que possuam vistos Schengen, mesmo que o visto tenha sido emitido por outros países da União Europeia (UE), disse o ministro das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Reinsalu, nesta quinta-feira (8).
A proibição vai entrar em vigor dia 19 de setembro. "Isso se aplica aos russos que possuem vistos emitidos pela Estônia e outros países da UE. Lituânia, Letônia e Polônia também introduzirão a proibição a partir do mesmo momento", disse ele em entrevista coletiva em Tallinn, capital da Estônia.
"Não venham para a Estônia com vistos Schengen, vocês não são bem-vindos aqui", acrescentou o ministro, aparentemente se dirigindo aos cidadãos russos.
No entanto, de acordo com a autoridade, as novas restrições abrangentes aplicam-se apenas a indivíduos com visto de turista e não terão impacto naqueles que viajam para ver familiares ou por motivos humanitários.
Enquanto isso, Dmitry Lyskov, o chefe do serviço de imprensa do governo da região de Kaliningrado — um enclave russo situado entre a Lituânia, a Polônia e o mar Báltico — classificou a repressão como "um exercício de genocídio".
A medida das nações bálticas e da Polônia ocorre depois que a Comissão da UE apoiou, nesta semana (5), uma proposta para suspender o acordo de facilitação de vistos com Moscou, tornando as viagens ao bloco mais caras e difíceis para os cidadãos russos.
Anteriormente, vários membros individuais da UE, incluindo Polônia, República Tcheca, Estônia, Letônia e Lituânia, pararam de emitir vistos para cidadãos russos.
Enquanto isso, na última quarta-feira (7), antes do anúncio de Reinsalu, o presidente russo, Vladimir Putin, sinalizou que Moscou não responderia de maneira direta impondo restrições de vistos a cidadãos estrangeiros, dizendo que isso seria contrário aos interesses do país. Ele também disse que ficaria feliz em ver estudantes e empresários estrangeiros visitando a Rússia.