A agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que está satisfeita com o engajamento demonstrado até agora pelos três países no plano de fornecer submarinos nucleares à Austrália.
As informações foram confirmadas em um relatório da AIEA, publicado pela Reuters nesta sexta-feira (9). A agência de notícias comunicou que a iniciativa de fornecer submarinos nucleares à Austrália está de acordo com as exigências da AIEA.
"A agência [AIEA], com base em consultas técnicas e trocas que realizou com as partes da AUKUS até o momento, está satisfeita com o nível de seu envolvimento", disse a AIEA.
Vale lembrar que, enquanto isso, o Brasil ainda aguarda o aval internacional para o uso de combustível nuclear em seu projeto de submarino nuclear, que faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha.
É importante frisar, conforme foi explicado recentemente pela Sputnik Brasil em uma reportagem especial, que a AIEA não pode interferir no projeto de submarino nuclear brasileiro. No entanto o país prefere conseguir a autorização da agência para evitar o risco de sofrer sanções pelo temor de proliferação atômica.
No dia 6 de junho, o Brasil fez um pedido formal à Agência Internacional de Energia Atômica para negociar um pacote de salvaguardas com o objetivo de empregar urânio enriquecido no reator do submarino. Até agora o país ainda aguarda uma liberação oficial.
Enquanto isso, apesar das reclamações de Pequim, as negociações da agência com a aliança AUKUS seguem avançando. Para a China, os submarinos nucleares da Austrália, que percorrerão o Indo-Pacífico, são uma estratégia para conter a influência chinesa na região.
A China, uma das nove potências nucleares, tem assento no comitê gestor de 35 membros da AIEA e já questionou abertamente como será o manuseio do combustível nuclear pela Austrália.
Isso porque os modelos americanos e britânicos de submarinos, que deverão ser vendidos para Camberra, usam urânio com grau maior de enriquecimento do que no caso previsto para o Brasil, por exemplo.
O Brasil tem tido dificuldades para certificar o combustível nuclear que pretende usar, embora domine o ciclo de enriquecimento de urânio.
Assim, após ter a certeza de que os EUA não iriam ajudá-lo na tarefa, o governo voltou-se, segundo a Folha de S.Paulo, para uma fornecedora polêmica: a Rússia.