Impor um teto de preço ao gás russo seria insuficiente, disse o primeiro-ministro belga Alexander De Croo, pedindo que o teto proposto seja aplicado a todo o gás importado para a União Europeia.
Em entrevista ao Politico na quinta-feira (8), De Croo disse que essa "medida fundamental" por parte do bloco "precisa [incluir] todos os tipos de gás". Ele também alertou que não ouvir seu conselho seria um "grande erro".
Na opinião do funcionário belga, o teto de preços teria que ser implementado de "maneira dinâmica", ou seja, garantindo que ainda faria sentido para os exportadores vender gás para a UE em vez de mudar para os mercados asiáticos. De Croo esclareceu que, com os preços atuais do gás na Ásia sendo cerca de 50% mais baixos, estabelecer o limite de preço apenas 5% acima da Ásia garantiria que "todos os comerciantes do mundo ainda continuariam vendendo na Europa".
Mais cedo na quinta-feira, o ministro da Energia da Bélgica revelou que seu país não apoiaria o plano da Comissão Europeia de impor um teto de preço especificamente para as importações de gás da Rússia.
8 de setembro 2022, 20:05
"Um teto para o gás russo é apenas um objetivo puramente político", disse o ministro, acrescentando que a Bélgica "não concordará com isso", pois não "vê valor agregado nisso".
De Croo vem pressionando seu plano desde março e, enquanto alguns Estados-membros, como Polônia e Grécia, apoiam a proposta, outros, como a França, permanecem céticos, relata o Politico.
Lituânia se opõe à medida
"O teto para geradores internacionais é uma linha vermelha absoluta para nós, porque destruirá o mercado de eletricidade", disse Kreivys antes da reunião dos ministros de Energia da UE.
O ministro alegou que esta medida deve prejudicar o mercado interno lituano, porque as empresas em diferentes países vão receber subsídios diferentes.
Kreivys também disse que "a Lituânia apoia a proposta da chefe [da Comissão Europeia] de estabelecer um teto para os preços do gás", acrescentando que o teto do preço do gás deve ser financiado a nível da UE.
Na sexta-feira passada (2), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco pode introduzir limites no preço do gás natural russo depois que os ministros das Finanças do G7 (grupo de países composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) confirmaram sua intenção de impor tetos de preços para o petróleo russo como parte das sanções ampliadas contra Moscou.