Panorama internacional

Pesquisador japonês denuncia 'hipocrisia' do Ocidente ao exigir energias 'verdes' de outros países

Enquanto os países em desenvolvimento estão com problemas devido à agenda "verde" imposta pelo Ocidente, de maneira "hipócrita" a Europa "correu" para comprar recursos fósseis em meio à crise de combustíveis, afirma o pesquisador japonês Taishi Sugiyama, do Instituto Canon para Estudos Globais (CIGS, na sigla em inglês).
Sputnik
Em seu artigo, publicado no jornal Sankei Shimbun, ele ressalta que, diante da crise energética, a Europa se viu "encurralada" e voltou a explorar todos os tipos de combustíveis fósseis.

"A Europa também está aumentando suas importações de energia fóssil. Importa carvão de todo o mundo, incluindo África do Sul, Botsuana, Colômbia e Estados Unidos. Compra grandes volumes de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA e em todo o mundo", escreveu o pesquisador.

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Segundo ele, aqueles países com capacidade de mineração doméstica ainda conseguem "lidar de alguma forma com a situação", mas os mais pobres e sem recursos naturais "estão com sérios problemas".
O especialista lembra que a política de "descarbonização", amplamente divulgada pela Europa, causou grandes problemas ao mundo. E agora os próprios europeus não admitem a hipocrisia, argumentando que o retorno aos combustíveis fósseis é temporário, denuncia o autor.

"A própria Europa está se comportando de maneira completamente hipócrita, porque está comprando combustíveis fósseis em todo o mundo. Infelizmente o Japão também contribui para essa hipocrisia", lamentou Sugiyama.

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Ele lembra que, em junho, o Ministério das Relações Exteriores do Japão anunciou o encerramento dos programas oficiais de assistência ao desenvolvimento para projetos de energia a carvão em Bangladesh e na Indonésia. Porém, ao mesmo tempo, Tóquio está reativando usinas a carvão para lidar com a atual escassez de eletricidade.

"Não é hipócrita recusar assistência na produção de energia térmica em países em desenvolvimento e, ao mesmo tempo, expandir a geração de energia térmica em seu país?", questionou Sugiyama.

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