Panorama internacional

Forbes: sem gás russo, Europa regressará à Idade Média

Homem caminha com guarda-chuva perto de bandeiras da União Europeia no exterior da sede do bloco, em Bruxelas, na Bélgica, em 16 de outubro de 2019 (foto de arquivo)
Os países europeus entraram em uma crise energética a longo prazo e em breve regressarão à Idade Média, afirmou o colunista-chefe da revista Forbes, Kenneth Rapoza.
Sputnik

"As notícias da Europa Ocidental lembram as que um dia chegaram de tais países como a Bolívia. Uma inflação alta é acompanhada pelo racionamento dos recursos imposto pelo Estado", salientou o jornalista.

Nesse contexto, as empresas alemãs deixam de funcionar devido às contas de eletricidade altíssimas. O Reino Unido também enfrentou problemas no campo energético – além disso, a primeira-ministra recém-eleita Liz Truss prometeu suspender a proibição de extração de gás através do faturamento hidráulico.
O presidente dos EUA, Joe Biden apresenta uma atualização sobre os esforços dos EUA relacionados à operação militar especial da Rússia na Ucrânia, na Casa Branca em Washington, Estados Unidos, 21 de abril de 2022
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Conforme as previsões de Barclays Capital, por causa da alta dos preços da energia, medidas graves do Banco Central Europeu e a redução da procura, a União Europeia pode mergulhar em uma recessão duradoura. Ela durará até o segundo trimestre de 2023, enquanto o PIB cairá 1,7%. Alemanha, França, Itália e Espanha serão os países mais afetados pela crise.
Ao longo dos últimos cinco anos, a União Europeia, em média, consumia 400 bilhões de metros cúbicos de gás por ano: consumidores privados recebiam cerca de 100 bilhões, as indústrias – 167 bilhões, e todo o resto destinava-se para o setor energético. Antes do início da operação militar especial russa na Ucrânia, quase metade do combustível consumida pelos europeus era fornecida por Moscou.
Nas palavras de Rapoza, a UE conseguiu substituir parcialmente as importações da Rússia por outras fontes, bem como reduzir o seu próprio consumo. A Comissão Europeia supõe que os países do bloco devem reduzir o consumo do gás em 15% (o que corresponde a 50 bilhões de metros cúbicos), caso as relações com Moscou sejam rompidas. Contudo, mesmo nessa situação os países do continente vão seguir comprando o combustível russo.
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Segundo os especialistas do Barclays, que é um banco multinacional britânico, a Europa pode compensar o volume que lhe falta ao abrir usinas atômicas e elétricas. Os analistas também advertiram contra a redução do consumo – em caso contrário, o ataque contra a economia europeia será inevitável.
Após o início da operação militar especial para desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia, o Ocidente endureceu a pressão sancionatória contra a Rússia, o que provocou o aumento dos preços da energia, combustíveis e alimentos na Europa e nos Estados Unidos. O presidente russo Vladimir Putin afirmou que conter e enfraquecer a Rússia é a estratégia do Ocidente a longo prazo, enquanto as sanções afetaram de forma séria toda a economia mundial, piorando a vida de milhões de pessoas.
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