Panorama internacional

'Práticas coloniais': decisão dos EUA de criar Fundo Afegão viola direito internacional, diz Rússia

A Embaixada da Rússia em Washington disse na quinta-feira que a decisão dos EUA de estabelecer um fundo para o povo do Afeganistão a partir dos ativos afegãos congelados viola o direito internacional e a soberania de um país estrangeiro.
Sputnik
"Consideramos que esse passo contradiz o direito internacional e viola a soberania de um Estado soberano. O povo do Afeganistão tem o direito de administrar independentemente os ativos que lhe pertencem sem qualquer controle externo. A Embaixada da Federação da Rússia acredita fortemente que tais ações dos Estados Unidos, não importa quais sejam os lemas humanitários usados como cortina de fumaça, só agravarão a miséria do povo afegão", disse a embaixada no Telegram.
A embaixada instou Washington a devolver os ativos congelados do Banco do Afeganistão "ao seu proprietário e a parar de usar práticas coloniais em relação aos Estados soberanos".
Na quarta-feira (15), o Departamento de Estado dos EUA disse que os Estados Unidos estabeleceram um fundo de reserva de ativos internacionais congelados do Banco Central do Afeganistão, no valor de US$ 3,5 bilhões (R$ 18 bilhões), para apoiar a economia afegã, deixando os fundos fora de alcance do movimento Talibã (sob sanções da ONU por atividade terrorista), que governa o país. O chamado Fundo Afegão ficará sob controle do Banco de Compensações Internacionais (BIS, sigla em inglês), com sede na Suíça.
Panorama internacional
Alemanha enfrentará caos e centenas de mortes caso haja apagão prolongado, diz mídia
O Talibã chegou ao poder no Afeganistão em agosto de 2021, o que resultou no aprofundamento da crise econômica, humanitária e de segurança no país.
Em fevereiro deste ano, o presidente Joe Biden assinou uma ordem permitindo que os US$ 7 bilhões (R$ 36 bilhões) do Banco Central afegão, mantidos pelos EUA, sejam divididos igualmente entre um fundo humanitário para ajudar o povo afegão e uma compensação para as vítimas de terrorismo.
Comentar