Conforme a jornalista, o governo da nova primeira-ministra Liz Truss perdeu a oportunidade de preparar o terreno para fazer as pazes com Moscou no futuro.
"Funerais de Estado sempre têm sido uma oportunidade para encontros informais e novos começos. […] Aqui, trata-se de uma espécie de demonstração da condenação mundial [da Rússia]. Isso apenas agrava a discórdia, em vez de resolvê-la", opina Dejevsky.
A colunista chamou a atenção para o fato de Putin ter sido o primeiro líder mundial a apresentar condolências pela morte da rainha.
"De quem vieram [as primeiras condolências]? Não de Emmanuel Macron, cuja mensagem elegante e eloquente com condolências apenas veio no dia seguinte. Não de Joe Biden, embora a mensagem do presidente dos EUA e de sua esposa tivesse sido uma das primeiras. [Não vieram] de nenhum dos países da Comunidade das Nações", diz o artigo.
Nesse contexto, segundo o jornal Político, o presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, comunicou ter recusado o pedido da delegação chinesa de entrar em Westminster, onde atualmente se encontra o caixão com o corpo da rainha Elizabeth II.
Ao mesmo tempo, o Palácio de Westminster está aberto para todos os que desejam se despedir da rainha o dia todo.
Elizabeth II, que reinou no Reino Unido por mais de 70 anos, morreu em 8 de setembro aos 96 anos. Passados dois dias, o seu filho mais velho, que tem 73 anos, assumiu o trono sob o nome de Charles III.
O funeral da rainha está previsto para 19 de setembro. As delegações da Rússia, Belarus e Mianmar não foram convidadas para a cerimônia. Segundo sublinhou o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, Vladimir Putin não planejava de todo participar dos eventos comemorativos.
14 de setembro 2022, 09:56
Ao comentar a decisão do Reino Unido de não convidar uma delegação russa, a chancelaria da Rússia chamou os passos do governo britânico de "jogada com fins geopolíticos".
"Vemos esta tentativa britânica de usar uma tragédia nacional, que tem tocado os corações de milhões de pessoas em todo o mundo, para fins geopolíticos, para ajustar contas com nosso país em dias de luto, como profundamente imoral", sublinhou o ministério.