"A primeira a sofrer, claro, é a Europa, acredito que as sanções não cumpriram seu objetivo, acredito que as sanções, sim, estão gerando grande sofrimento para o povo europeu, acredito que a implementação dessas sanções foi revertida contra o governo russo", disse Alemán, que é membro da Comissão Permanente do Poder Popular e Comunicação da Assembleia Nacional.
A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro em resposta aos pedidos de ajuda das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL), anteriormente reconhecidas por Moscou como estados soberanos, para enfrentar o genocídio de Kiev.
Após o início desta operação, vários países adotaram sanções contra Moscou, incluindo a desconexão parcial da Rússia do sistema SWIFT (sigla em inglês para Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais), o fechamento do espaço aéreo para as companhias aéreas russas e a paralisação das reservas internacionais do seu Banco Central.
O SWIFT é uma plataforma que conecta cerca de 11 mil instituições financeiras em mais de 200 países e serve como base do sistema financeiro internacional.
Estas medidas contra Moscou provocaram o aumento dos preços mundiais do petróleo, gás e fertilizantes, além de criar um impacto negativo nas economias dos EUA e dos países da União Europeia.
Venezuela
Alemán afirmou que as medidas impostas contra a Rússia não causaram os efeitos previstos pelos países ocidentais, pelo contrário: ele considerou que ocorreu uma espécie de recuperação que abriu caminho para a Venezuela no mercado global de energia.
"As ações que eles empreenderam de uma forma ou de outra têm um rebote e nesse rebote vem à tona o presidente Nicolás Maduro, que disponibiliza nossos recursos energéticos para o mundo", disse ele.
Em 15 de setembro, o presidente Nicolás Maduro indicou que o petróleo e o gás de seu país estão diante dos Estados Unidos e da Europa para estabilizar o mundo, devido à crise que enfrentam pelo conflito na Ucrânia e às sanções impostas contra a Rússia.
Maduro assegurou que seu país está preparado para exportar os produtos para todos os mercados que forem necessários.
Nesse sentido, o parlamentar ressaltou que a Venezuela também é um país sancionado e assegurou que, apesar disso, a necessidade global de recursos energéticos coloca o país em uma posição privilegiada.
“Não é fácil contornar as sanções que nosso país tem neste momento, mas a necessidade desses setores, a necessidade que o mundo como um todo tem com o uso de energia, com o uso de recursos para enfrentar um momento tão difícil, como o que está sendo vivenciado, bem, isso nos coloca em uma posição privilegiada", argumentou.
Em 2017, começaram as sanções diretas dos Estados Unidos contra a estatal Petróleos de Venezuela S.A (PDVSA, na sigla em espanhol), e impedem Caracas de qualquer transação no sistema financeiro, desde o financiamento até a compra de peças de reposição ou a contratação de manutenção.
Segundo o governo, somam-se até à data mais de 500 sanções impostas pelos Estados Unidos, o que provocou a redução de 99% dos recursos do país.