De acordo com Brent Eastwood, em análise publicada pelo portal 19FortyFive, os Estados Unidos podem "mergulhar em um terrível cenário de confronto com a China" depois que a Casa Branca anunciou sua prontidão em "defender Taiwan".
Ele avalia que o Exército norte-americano não tem as melhores opções para proteger Taiwan e que diversos cenários do conflito poderiam causar perdas navais consideráveis aos EUA.
O autor esclareceu que, no caso de um conflito, e no caso de Washington violar fronteiras chinesas, a China tem a capacidade de lançar ataques com mísseis contra a frota americana que estará na zona de combate.
Se os chineses conseguirem provocar alguma destruição no grupo de porta-aviões norte-americanos, Eastwood está convencido de que isso seria "um pesadelo para a Marinha" do país ocidental.
"O Pentágono precisa garantir que a Casa Branca entenda o preço que terá que ser pago", alertou o especialista.
Brent Eastwood explicou que os EUA têm "dois grupos de batalha de porta-aviões na área, com superporta-aviões escoltados por destróieres, fragatas e cruzadores e complementados por submarinos".
"Os Estados Unidos também estariam usando aviões de guerra furtivos, como o F-35. A China responderia com caças como o J-20, que tem o atributo de evasão de radar. Provavelmente haveria trocas de mísseis entre os dois lados, e a Marinha usaria o sistema de combate Aegis para afastar mísseis inimigos", disse.
Há, todavia, um ponto fraco dos EUA em qualquer cenário de conflito: a ilha de Guam (situada 2.600 km ao leste das Filipinas), uma das mais estratégicas do leste da Ásia para o Exército norte-americano.
"Sem segurar Guam, seria difícil defender Taiwan. A China tem bombardeiros H-6 que podem atingir Guam e disparar mísseis balísticos e de cruzeiro, incluindo armas hipersônicas", analisou o especialista.
Brent Eastwood expressou a esperança de que Washington e Pequim encontrem mecanismos diplomáticos para resolver a crise.
Em agosto, a situação em torno de Taiwan se agravou após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha. Pequim não reconhece a soberania de Taipé e considera a região uma província de seu território.
Recentemente o chefe da Casa Branca, em entrevista ao programa de TV 60 Minutes, disse que, no caso de um confronto armado entre Taiwan e China, Washington poderia entrar nele do lado de Taipé.