O encontro contou com representantes de quase todos os membros da Liga Árabe, incluindo os palestinos, além da secretária adjunta de Estado para Assuntos do Oriente Próximo, Barbara Leaf, dos EUA, e diplomatas do Reino Unido e de vários países da União Europeia (UE).
O governo de Israel e os seus representantes, entretanto, não foram convidados. O chefe de política externa da UE, Josep Borell, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Faisal bin Farhan Al Saud, e o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, discursaram na reunião.
Durante o encontro, ministros discutiram a viabilidade de se reviver o processo de paz israelo-palestino com base na Iniciativa de Paz Árabe, disse um diplomata árabe ao jornal The Times of Israel.
A realização de tal sessão e a presença de diplomatas de alto escalão do Oriente Médio, da UE e dos EUA, escreve a publicação, representa "um golpe nos esforços israelenses" de descartar a Iniciativa de Paz Árabe como um caminho para a paz.
A proposta, de 2002, oferece a Israel relações totalmente normalizadas com todos os 22 membros da Liga Árabe se Tel Aviv concordar com uma solução de dois Estados baseada nas fronteiras de 1967 e com uma resolução justa para os refugiados palestinos.
A iniciativa foi rapidamente rejeitada por Israel, cujos governos se tornaram cada vez mais antagônicos à exigência de recuo de tropas e assentamentos para as fronteiras de 1967.
O Estado judeu argumenta que a iniciativa é indefensável e que seus cidadãos não deveriam ter sido removidos do território da Cisjordânia, com o qual o povo judeu tem laços antigos.
Mais recentemente, Israel apontou que a assinatura dos Acordos de Abraão, em 2020, é uma prova da irrelevância da Iniciativa de Paz Árabe.
Esses tratados, intermediados pelos EUA, fizeram com que Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos concordassem em normalizar as relações com Israel antes de uma solução para o conflito israelo-palestino.