Panorama internacional

Lavrov destaca impunidade da Ucrânia e diz que país comete ilegalidades desde 2014

Em discurso na Organização das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, apontou que, durante anos, o Ocidente tolerou que a Ucrânia se transformasse em um "estado nazista totalitário".
Sputnik
Segundo o ministro russo, em discurso ao Conselho de Segurança da ONU, "a atual crise na Ucrânia foi provocada pelo Ocidente encobrindo sistematicamente os crimes do governo de Kiev desde o golpe de 2014".
Lavrov observou que "impunidade" é um bom termo para o que vem acontecendo na Ucrânia desde 2014, quando nacionalistas e neonazistas apoiados pelos EUA tomaram o poder à força.
"Ninguém jamais foi responsabilizado pelos assassinatos no Maidan, pela queima de manifestantes pacíficos em Odessa ou pelos assassinatos de dissidentes", ressaltou.
O ministro das Relações Exteriores russo apresentou uma longa lista de violações de direitos humanos por Kiev que foram ignoradas por vários grupos europeus e globais de direitos humanos, desde "queimar livros, como na Alemanha nazista" até o uso de minas terrestres de "pétalas" proibidas contra civis.
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Lavrov também acusou as forças armadas ucranianas de usar civis como escudos humanos e disse que a Rússia e as repúblicas de Donetsk e Lugansk estão lutando contra a "máquina militar ocidental" na Ucrânia.
"Há mais de oito anos o exército ucraniano e as formações militantes nacionalistas matam impunemente os habitantes do Donbass, apenas porque se recusaram a reconhecer os resultados do golpe criminoso, sangrento e anticonstitucional em Kiev, porque decidiram defender direitos garantidos a eles pela Constituição ucraniana, incluindo o direito de usar livremente sua língua russa nativa", disse o ministro das Relações Exteriores.
Lavrov acusou Kiev de passar anos travando uma "ofensiva frontal total" contra a língua russa por meio de uma série de leis adotadas em 2017, 2020 e 2021, todas as quais ele disse serem direcionadas a "espremer a língua russa, de fato, sua proibição total."
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia repetiu seu apelo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para pressionar Kiev a pelo menos dar o "passo elementar" de publicar os nomes das vítimas do massacre de Bucha.
Ao mesmo tempo, Lavrov disse que a Rússia não espera que nenhuma justiça real seja distribuída pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) ou por outros órgãos jurídicos internacionais, e enfatizou que Moscou perdeu a confiança no órgão.
"Há oito anos esperamos em vão pelo início da luta contra a impunidade na Ucrânia... O tempo de espera chegou ao fim", disse ele.
Lavrov lembrou que o tribunal não agiu após o golpe sangrento de Kiev em fevereiro de 2014, nem em maio de 2014, quando dezenas de moradores de Odessa foram queimados vivos no prédio dos sindicatos da cidade por nacionalistas, nem o bombardeio de Kiev ao cidade de Lugansk em 2 de junho de 2014, nem depois de outros crimes semelhantes.
Mais de três mil apelações sobre suspeitos de crimes contra os moradores do Donbass foram enviadas ao TPI, disse Lavrov, mas ficaram sem resposta.
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