Ciência e sociedade

Ambicioso projeto espacial reúne cientistas russos, brasileiros, chineses e americanos

Organizado pela Comissão de Pesquisas Espaciais (Cospar) de Paris, projeto que prevê o lançamento de uma rede satélites reúne cientistas espaciais chineses, americanos, russos e do Brasil.
Sputnik
De acordo com a iniciativa internacional, os pesquisadores pretendem enviar três redes de satélites à órbita para obter uma imagem global das grandes ameaças ao planeta.
Os satélites teriam o tamanho de uma caixa de sapatos, mas com tecnologia suficiente para armazenar dados que vão desde as mudanças climáticas até a radiação cósmica.
Mais de uma dúzia de países, incluindo Estados Unidos, China, Rússia e Brasil, ajudarão a construir as redes de satélites para coletar e compartilhar dados de diferentes órbitas.
Daniel Baker, da Universidade do Colorado e um dos cientistas do projeto, disse ao South China Morning Post que nenhum país pode seguir sozinho quando se trata de tais problemas existenciais.
Meteoro entrando na atmosfera terrestre (imagem referencial)
"Estou empolgado por não apenas fazer ciência básica, mas também abordar questões que têm consequências reais para os seres humanos. Esse uso duplo de pesquisa básica e pesquisa aplicada está no centro do que são as constelações [satélites]", disse ele.
O cientista norte-americano disse esperar que alguns dos satélites do projeto entrem em órbita até 2025. Eles serão agrupados em constelações para dar aos cientistas uma visão mais ampla, combinando dados de muitas naves espaciais de uma só vez, em vez de confiar nas observações de um único ponto de missões, como era feito no passado.
"[A abordagem anterior] levou a incerteza e ambiguidade sobre se as coisas que medimos naquele ponto específico representam as características de todo o sistema", afirmou Baker.
O projeto é organizado pela Comissão de Pesquisas Espaciais (Cospar) de Paris, organização formada em 1958 e aberta a todos os países.
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"A Cospar fornece uma plataforma neutra para os países trabalharem juntos em situações geopolíticas difíceis”, disse Wu Ji, cientista espacial sênior de Pequim, que faz parte da organização com sede em Paris.
Ele disse que até agora cientistas da China, Estados Unidos, Japão, Rússia, Brasil e Finlândia demonstraram interesse em participar do projeto. Outras contribuições podem vir do Reino Unido, Egito, República Tcheca, Coreia do Sul, Espanha, Israel e Índia, de acordo com informações preliminares.
Wu lidera o desenvolvimento de uma constelação para estudar zonas de radiação conhecidas como cinturões de Van Allen, que contêm partículas energéticas que são um perigo para naves espaciais e astronautas que operam acima da atmosfera da Terra.
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Originárias do sol e do universo profundo, essas partículas são aprisionadas pelo campo magnético da Terra em regiões em forma de rosquinha em altas altitudes e mudam dependendo das atividades do sol.
Uma segunda constelação se concentrará na atmosfera média, usando pequenos satélites em órbita baixa da Terra para detectar como os elementos do sistema atmosférico global – como o ozônio – mudam em tempo real.
Uma terceira rede examinará a ionosfera, uma camada na atmosfera superior que pode ser diretamente afetada por poderosas explosões de energia do sol, eliminando a tecnologia dos sistemas GPS para as redes elétricas.
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