Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, assegurou somente um suprimento de gás natural liquefeito (GNL) dos Emirados Árabes Unidos na sua viagem ao país árabe, informa no domingo (25) a agência norte-americana Bloomberg.
A carga de 137.000 metros cúbicos deverá ser fornecida por um navio-tanque da empresa Abu Dhabi National Oil Co. (ADNOC, na sigla em inglês) à operadora alemã RWE AG até o início de 2023. Além da garantia, foi assinado um memorando de entendimento de mais fornecimento de GNL em 2023.
Além disso, a ADNOC assinou um acordo que permitirá transportar mensalmente até 250.000 toneladas de diesel, sendo que a primeira entrega já foi realizada neste mês. A empresa emiradense Masdar também poderá investir na produção de energia eólica na Alemanha e no norte da Europa.
Em seguida o chanceler viajou ao Catar para discutir o fornecimento de gás natural liquefeito e hidrogênio. Os dois países têm discutido a questão há meses, mas a Alemanha está relutante em assinar contratos de fornecimento de longo prazo devido aos altos preços do GNL, assinala a Bloomberg. A declaração após o encontro não referiu qualquer acordo de fornecimento, apesar de o Ministério de Energia de Catar referir que as negociações continuam.
No sábado (24) Scholz se encontrou com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, para discutir cooperação futura e a importação de hidrogênio. No entanto, o resumo da conversa também não discutiu a questão energética.
Os países europeus têm pago cada vez maiores preços de energia a partir de meados de 2021, mas o problema se intensificou após o começo da operação especial da Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022, à qual os países ocidentais responderam com sanções abrangentes e em alguns casos rejeição do gás russo. Isso levou a uma corte nas cadeias de abastecimento e consequentes maiores custos, provocando a maior alta de inflação em décadas no continente.
Em resposta a elas, o presidente russo Vladimir Putin assinou uma lei que obriga os compradores a pagar pelo transporte em rublos, e após a recusa das condições por vários países europeus, o fornecimento do gás foi cortado pela Rússia. Em consequência, os preços do gás e da eletricidade têm subido nos países europeus.