As afirmações foram feitas por Doug Bandow, ex-assistente especial do ex-presidente dos EUA Ronald Reagan, em uma coluna para o site The American Conservative.
“Os habitantes da Crimeia não devem ser tratados como um troféu de guerra. Os países ocidentais criticam os governos que resistem veementemente à secessão — lembre-se da guerra agressiva da OTAN com a Sérvia pelo Kosovo — e não aprovam a campanha militar ucraniana para retomar a Crimeia. Na ausência de apoio popular, Kiev não pode justificar a destruição da Crimeia", argumentou.
Ele lembrou que a vasta maioria dos habitantes da península realmente apoiou a separação da região da Ucrânia e sua entrada na Rússia.
E o Ocidente, prosseguiu, não tem provas de que a população da Crimeia gostaria de mudar sua situação atual.
Além disso, as intenções de Zelensky estão carregadas por uma séria vontade de escalada da situação ucraniana, disse ele. Assim, as tentativas de invasão da península levarão a região a um conflito total e arriscarão atrair os países ocidentais para as hostilidades.
Os Estados Unidos e seus aliados apontaram muitas vezes que o resultado desejado do conflito na Ucrânia deve ser determinado por Kiev, lembrou o especialista. Mas, ao mesmo tempo, o Ocidente não é obrigado a apoiar estritamente quaisquer ideias expressas por Zelensky.
“Washington quer a independência ucraniana, e não atender aos desejos do governo Zelensky. [O governo ucraniano] é livre para exigir qualquer coisa. Quem sabe, da próxima vez, solicite os recursos logísticos necessários para capturar Moscou e o colapso da Federação da Rússia. Mas os Estados Unidos não são obrigados a apoiar esse plano", explicou Bandow.
Ele afirmou que o Ocidente deve se esforçar para resolver a situação na Ucrânia, mas essas ações não incluem uma campanha para devolver a Crimeia.
A Rússia iniciou uma operação militar na Ucrânia em 24 de fevereiro. O presidente Vladimir Putin declarou como o seu objetivo "defender as pessoas que ao longo de oito anos têm sofrido intimidações e genocídio por parte do regime de Kiev".
Para isso, conforme detalhou o líder russo, planeja-se efetuar a desnazificação e desmilitarização da Ucrânia, assim como levar à Justiça criminosos de guerra responsáveis pelos crimes sangrentos contra a população civil de Donbass.
Segundo o Ministério da Defesa russo, as Forças Armadas apenas visam a infraestrutura militar e as tropas ucranianas, sem realizar ataques contra alvos civis.