"Nada além desse nível de negociações será eficaz, respeitado e garantido", salienta-se no artigo.
Segundo a autora, os fatos frios e irrefutáveis dizem o seguinte: a Rússia, o país que encurralou o mercado europeu energético, está lucrando com o conflito ucraniano, enquanto os seus adversários do Ocidente ganham a dominação econômica e global. Falcões norte-americanos e os seus apoiadores na União Europeia estão alimentando o conflito, que segue destruindo a Ucrânia, enquanto o líder ucraniano "posa artisticamente para a revista Vogue".
Agora, no nono mês do confronto, os cidadãos da União Europeia já estão "se preparando para um inverno frio e escuro e para um combate que eles não pediram". Conforme a edição, mesmo que os soldados ucranianos consigam vitórias territoriais táticas, o Exército russo nunca voltará para casa.
"Os russos nunca mais vão abandonar a Ucrânia, como não abandonaram a Crimeia", diz o artigo.
Segundo Bradley-Farrell, a Rússia está obtendo lucros recordes do conflito e "zomba dos perdedores, pintando imagens de uma iminente 'idade do gelo' na Europa", salienta a autora.
A China também se beneficia do conflito, já que em 2022 recebe o gás natural russo com um desconto de 50%. Ao mesmo tempo, ainda em fevereiro Pequim assinou um contrato petrolífero de 10 anos com Moscou, no valor de 80 bilhões de dólares (R$ 418 bilhões). Além disso, enquanto as exportações russas de petróleo para a Europa, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul estão sendo cortadas, em junho a China superou a UE em importação de combustíveis, tendo se tornado o maior comprador de produtos petrolíferos russos.
Enquanto Moscou está contornando as sanções ocidentais por meio de Pequim, esta recebe os recursos energéticos necessários para realizar o seu sonho da hegemonia econômica sobre os Estados Unidos.
"A coisa ainda mais preocupante é o 'confronto entre as grandes potências' e as consequências da crescente parceria sino-russa para o futuro dos Estados Unidos e dos seus aliados", enfatiza a publicação.
A China e a Rússia prometem uma cooperação "ilimitada" em meio a um comportamento abertamente desafiador em relação aos Estados Unidos. Aqui, nota a edição, Vladimir Putin chama a atenção diretamente ao fato de as sanções ocidentais, "ao destruírem o que restava das economias europeias", terem causado uma mudança global de forças para a Ásia, fato tantas vezes ocultado tanto pela mídia, como pela administração Biden.
No entanto, os líderes ocidentais optaram por travar a atual guerra por procuração com sanções inconsistentes e o fornecimento de bilhões de dólares de ajuda à Ucrânia, ao mesmo tempo sem exercer qualquer supervisão sobre a ex-república soviética.
"O que é que foi conseguido com isso, além do conflito prolongado e do crescimento das dívidas dos contribuintes norte-americanos em meio à recessão?", questiona a autora.
Segundo Bradley-Farrell, a paz na Ucrânia não será estabelecida até os Estados Unidos e a Rússia se sentarem frente a frente e discutirem os termos concretos de um tratado de paz. Nada, além dessas negociações, será eficaz, respeitado e garantido, salientou.
"Não importa o quanto você admire a coragem dos cidadãos ucranianos, eles não podem continuar contendo a Rússia sem incorrer em uma punição mortal e dispendiosa. Resta apenas negociar a paz", concluiu a colunista do Washington Times.