O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recebeu nesta quarta-feira (28) autoridades para uma visita à sala de acompanhamento de votos do tribunal, a Seção de Totalização (Seot), na sede do órgão, em Brasília.
Foram recebidos, entre outros, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti; o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto; e representantes dos partidos União Brasil e da coligação Brasil da Esperança. O convite para a visita também foi estendido a presidenciáveis, que não compareceram.
Durante toda a manhã, os visitantes tiveram acesso a informações e esclarecimentos sobre o funcionamento da sala. "É uma sala, como vocês podem ver, aberta, clara. Não é nem sala secreta e nem escura", disse Moraes.
O ministro destacou que a sala será aberta a partir das 16h30 do dia 2 de outubro, dia da votação do primeiro turno, para que todas as entidades fiscalizadoras, a OAB, partidos políticos e o Ministério Público possam acompanhar a totalização dos resultados.
"Essa visitação mostra que o TSE é absolutamente aberto, transparente a todas as instituições fiscalizadoras", disse Moraes.
O ministro enfatizou que a contagem de votos não é feita na sala. "É importante esclarecer que esta sala não conta votos. Não é contagem manual de votos. A partir do momento em que cada urna eletrônica é finalizada, já sai o boletim de urna (BU) com os votos [nele registrados]. Isso entra no sistema, que faz a totalização a partir do programa que nós mesmos lacramos no dia 2 de setembro. Ou seja, não há participação humana nisso", disse Moraes.
De acordo com o ministro, na sala a equipe do TSE faz somente o acompanhamento para evitar qualquer problema na rede ou sobrecarga.
A visita promovida por Moraes visa dissipar as suspeitas de que o TSE tem uma sala secreta, onde é feita a contagem de votos de maneira obscura. Os ataques são feitos pela campanha de Jair Bolsonaro (PL), que vem constantemente acusando o tribunal de realizar a contagem de votos dentro de uma sala secreta.
O mais recente ataque foi feito na semana passada, durante uma entrevista ao apresentador Sikêra Júnior, da TV A Crítica.
"Segundo informações que eu tenho aqui, as Forças Armadas pretendem colocar técnicos deles dentro da sala-cofre do TSE, uma sala aqui que ninguém sabe o que acontece lá dentro, assim como a Polícia Federal parece que vai fazer a mesma coisa e a Controladoria-Geral da União também deve fazer a mesma coisa. Entendo que a chance de desvio de corrupção diminui bastante. Não zera. Zeraria com o voto impresso", disse Bolsonaro na ocasião.