Operação militar especial russa

Diplomata: EUA, Rússia e outros países devem afirmar em conjunto que guerra nuclear não será travada

Rússia, Estados Unidos e outros países devem concordar em uma declaração conjunta de que uma guerra nuclear não pode ser travada, disse o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov.
Sputnik
As afirmações foram publicadas em um artigo de sua autoria na revista The National Interest nesta quarta-feira (28).
No texto, intitulado "Crise dos mísseis em Cuba 2.0 na Ucrânia?", ele discorre uma série de argumentações a respeito do conflito ucraniano (e uma eventual escalada das tensões durante a operação militar especial da Rússia no país).
"Acredito que qualquer americano concordará comigo que não devemos permitir que a situação explosiva da década de 1960 se repita", escreveu Antonov. "É importante que não apenas a Rússia e os Estados Unidos, mas também outros Estados nucleares, confirmem em uma declaração comum que uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada."
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O embaixador russo apontou que os Estados Unidos estão empurrando a situação na Ucrânia para um confronto direto entre as principais potências nucleares, e que isso teria consequências imprevisíveis.
"Hoje, é óbvio que os EUA estão diretamente envolvidos nas ações militares do regime de Kiev. Washington está empurrando a situação para um confronto direto das principais potências nucleares repletas de consequências imprevisíveis", alertou.
Ele afirmou que Estados Unidos e Rússia não chegaram ao limiar de cair no abismo do conflito nuclear, mas que Washington deve parar de ameaçar Moscou.
"Quero acreditar que, apesar de todas as dificuldades, nós e os americanos ainda não nos aproximamos de um limiar perigoso de cair no abismo do conflito nuclear. É importante parar de nos ameaçar", sinalizou Antonov.
Segundo o diplomata, os políticos dos EUA estão delirando se pensam que Moscou não defenderá os territórios da Federação da Rússia e aqueles que, eventualmente, se tornarem parte dela.
"Gostaria de acrescentar que certos políticos americanos estão iludidos se pensam que nossa prontidão para defender nosso território não se aplica à Crimeia ou a territórios que possam se tornar parte da Rússia com base na livre expressão da vontade popular", disse.
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A crise dos mísseis que dá o título ao texto aconteceu quando o então líder cubano, Fidel Castro, convenceu a União Soviética a instalar mísseis balísticos na ilha, sob o argumento de que eles serviriam como instrumentos de dissuasão militar. Na época, Washington também tinha mísseis do tipo na Turquia, próximo à Rússia.
Após aviões americanos identificarem a instalação dos mísseis soviéticos, Washington e Moscou se ameaçaram mutuamente e o impasse – que durou 14 dias – deixou o mundo à beira de uma guerra nuclear. O acordo para a retirada dos mísseis de Cuba só foi alcançado quando os EUA prometerem publicamente não invadir a ilha. Secretamente, os EUA também concordaram em retirar seus mísseis da Turquia
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