Na sexta-feira (30), Zelensky anunciou que a Ucrânia estava se candidatando para ingressar na OTAN de maneira acelerada, depois que a República Popular de Donetsk (DPR), a República Popular de Lugansk (RPL), e as regiões de Kherson e Zaporozhie decidiram se juntar à Rússia.
"Ele está ficando sem adereços. Então, ele está se agarrando a qualquer miragem que possa salvá-lo", disse o professor de Assuntos Internacionais da Universidade de Pittsburgh, Michael Brenner. "Assim, a ideia de aderir à OTAN", comentou.
Para ele, "a fantasia de que seus mestres ocidentais permitiriam que a Ucrânia se juntasse à OTAN revelou a natureza imaginária do mundo em que Zelensky vivia".
"É claro que isso nunca acontecerá porque significaria uma guerra total com a Rússia. Mesmo os lunáticos em Washington não são tão suicidas", disse ele.
Michael Brenner entende que os "americanos não sentiam lealdade ou laços especiais com Zelensky", mas eles o manterão "como o seu campeão. Quando ele se tornar um passivo, eles o deixarão de lado, como [o presidente do Vietnã do Sul dos anos 1960, Ngo Dinh] Diem no Vietnã", disse ele.
Já o analista veterano aposentado do Pentágono, Chuck Spinney, comentou que a fantasia de se tornar membro da OTAN era uma aspiração absurda até mesmo para Zelensky, e que revelava seu desvanecimento da realidade.
"É mais do que estúpido. O que levanta uma questão de por que fazer isso agora? Alguém deu luz verde a ele ou Zelensky está saindo dos trilhos?", questionou Spinney à Sputnik.
"Minha impressão é que ele está se tornando mais errático. Sua postura quase hitlerista de lutar até o último homem para salvar território pode ser um indicador de instabilidade", analisou.
Perigo para a paz
O comentarista político e historiador canadense Matthew Ehret, vice-presidente da Fundação Rising Tide, alertou que esse padrão de ações públicas cada vez mais bizarras tornava Zelensky um perigo maior para a paz mundial.
"Um animal ferido é um animal perigoso e tanto Zelensky quanto seus manipuladores dentro da máquina anglo-americana que gerencia a OTAN são animais muito desesperados e feridos nesta fase do jogo", disse ele.
"Eles exageraram e, em sua arrogância, ainda estão tentando se apegar a um roteiro geopolítico obsoleto do início dos anos 1990, que postulava tolamente a doutrina de que o fim da história havia chegado e uma época unipolar estava sobre nós", disse ele.
Esses tecnocratas ainda se recusavam a reconhecer que o mundo de hoje era diferente de tudo que seus modelos de torre de marfim presumiam ser possível, e seus roteiros para uma Nova Ordem Mundial não se aplicavam mais, observou Ehret.