Além de adotarem a resolução, os países ocidentais pediram a todos os Estados, organizações internacionais e estruturas especializadas que fazem parte da ONU que não reconheçam mudanças nos status das "regiões de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporozhie".
O documento também pede que Moscou retire imediatamente suas forças da Ucrânia e informa que a Rússia está sendo condenada por "organizar referendos" e por "uma tentativa de anexar" a RPD, a RPL e as duas regiões.
Fontes da Sputnik informaram que, como em outras votações da Assembleia Geral, os Estados Unidos e seus parceiros estavam persuadindo ativamente os países a apoiar o projeto de resolução ocidental.
A Rússia pediu uma votação secreta sobre a resolução, o que claramente reduziria o número de países que apoiam o projeto, pois não apontaria como votou cada país. No entanto a Assembleia Geral não apoiou essa proposta.
Ao todo, 143 países votaram a favor da resolução, cinco votaram contra e 35 se abstiveram. A China se absteve de votar o projeto.
"O projeto de resolução apresentado a esta sessão especial de emergência para votação não ajudará a alcançar os objetivos mencionados acima. Portanto a delegação chinesa se absterá", disse um representante chinês à Assembleia Geral da ONU.
Referendos sobre adesão
Os referendos sobre a integração das quatro regiões ao território russo foram realizados de 23 a 27 de setembro, com todos sendo apoiados com ampla maioria de votos. Mais tarde, Vladimir Putin, presidente da Rússia, assinou leis federais ratificando a admissão dessas regiões.
O Ocidente, não reconhecendo os referendos sobre a adesão à Rússia, está mostrando dois pesos e duas medidas, como apontou o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, ao Conselho de Segurança da organização. Na ocasião, ele lembrou o reconhecimento do Kosovo.
Ao mesmo tempo, os resultados de referendos nos próprios países ocidentais são ignorados. Em 2017, 90% dos habitantes da comunidade autônoma da Catalunha votaram por sua independência da Espanha. No fim desse mesmo ano, os habitantes do Vêneto e da Lombardia, na Itália, exigiram mais autonomia de Roma em referendos.