O CADE quer apurar a existência de um "possível acordo entre institutos de pesquisa com o intuito de manipular o mercado e os consumidores". As três empresas investigadas são: Ipespe, Datafolha e Ipec.
Segundo Cordeiro, "os erros foram evidenciados pelos resultados das urnas apuradas, quando se constatou que as pesquisas de diferentes institutos [...] erraram, para além das margens de erro, nas pontuações em relação a alguns dos candidatos".
Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, o presidente do CADE entende que "a discrepância das pesquisas e do resultado é tão grande que verificam-se indícios de que os erros não sejam casuísticos, e, sim, intencionais por meio de uma ação orquestrada dos institutos de pesquisa na forma de cartel para manipular em conjunto o mercado e, em última instância, as eleições".
Segundo o CADE, a jurisprudência da autarquia "é pacífica em reconhecer que a existência de indícios de paralelismos de conduta e coincidências de agentes econômicos sem que haja explicação plausível pode indicar a configuração de infrações à ordem econômica e de acordos colusivos".
"Verificam-se, por tudo que foi narrado, indícios de que institutos de pesquisa concorrentes possam estar agindo em conluio ou ao menos trocando informações sensíveis, condutas essas que podem ser enquadradas nos tipos administrativos definidos como cartel, indução de conduta comercial uniforme e/ou troca de informação sensível", prossegue.
A decisão do CADE vai ao encontro dos interesses do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que já manifestou interesse em abrir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as pesquisas dos institutos de pesquisa de voto.