Faltando uma semana para as eleições do segundo turno, o ambiente fica tenso entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e políticos do Centrão que acreditam que as últimas declarações feitas por Guedes em relação à salário mínimo e aposentadoria, enfraquece o governo e dá munição para fortalecer a campanha do ex-presidente Lula.
Um auxiliar do presidente, Jair Bolsonaro, citado pela mídia, disse que "tem vezes que ele [Paulo Guedes] tenta ajudar, mas acaba se atrapalhando e dá munição para o PT, como na questão do salário mínimo. Já um ministro teria dito "Bolsonaro deveria proibir o PG [como Paulo Guedes é citado dentro do governo] de falar até o final da eleição, ele só cria confusão", relata o blog de Valdo Cruz no G1.
Nos bastidores do comitê e do Palácio do Planalto, a avaliação foi que a equipe de Guedes "errou politicamente" ao trazer de volta para o debate uma proposta que já desgastou o governo no passado.
Ontem (20), o chefe da economia disse que o salário mínimo e a aposentadoria seriam corrigidos de acordo com a inflação. Logo depois de ser publicada a informação da proposta, o ministro tentou corrigir o estrago, disse que o mínimo continuará sendo reajustado, mas admitiu que a proposta está em estudo.
O presidente, Jair Bolsonaro, ao ser questionado sobre o plano de Paulo Guedes, disse que era uma fake news a forma como a oposição está tratando o tema e garantiu que o salário mínimo continuará sendo reajustado, mas também admitiu que a ideia está em discussão. Bolsonaro também afirmou que não é verdade que não haverá aumento, mas que o reajuste ficará "indefinido", o que foi visto por sua equipe como um erro do presidente.
Desde a divulgação da proposta e os comentários de Guedes e Bolsonaro sobre o tema, a equipe de Lula, liderada pelo deputado André Janones (Avante-MG), passou a explorar o assunto nas redes sociais.
Janones passou a divulgar que o salário mínimo e as aposentadorias, se Bolsonaro for reeleito, vão parar de ter reajuste, e hoje (21), vai fazer uma transmissão ao vivo com Lula para falar do assunto.
Vale lembrar que no governo do petista, o salário mínimo sempre teve aumento real, acima da inflação, enquanto no governo Bolsonaro o mínimo passou a ser reajustado apenas pela inflação do ano anterior.