Após investigações do FBI (polícia federal dos EUA), os Estados Unidos acusaram dois oficiais da inteligência chinesa de tentar obstruir uma investigação criminal sobre a Huawei.
Os EUA entendem que os agentes Guochun He e Zheng Wang trabalharam juntos para subornar um funcionário do governo norte-americano com o objetivo de receber informações confidenciais sobre testemunhas, evidências e possíveis acusações adicionais a serem apresentadas contra a empresa.
A dupla de espiões teria pago ao funcionário US$ 61 mil (R$ 321,8 mil), de acordo com a denúncia do FBI.
O governo norte-americano alega que os espiões cultivaram um relacionamento com o funcionário da lei, que não é identificado, desde fevereiro de 2007. O funcionário, mais tarde, começou a trabalhar contra eles como um agente duplo sob a supervisão do FBI, dizem os EUA.
Os supostos esforços para interferir na investigação aumentaram em outubro de 2021, quando os dois disseram ao funcionário da lei para fornecer detalhes das reuniões de estratégia de acusação com a equipe dos EUA.
O funcionário do governo norte-americano, segundo o South China Morning Post, passou para os espiões da China um "documento falso" de uma única página intitulado "Segredo", com um possível plano para cobrar dois diretores atuais da empresa que moram na China.
O governo de Joe Biden, presidente dos EUA, está investigando a fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações Huawei.
Existe a preocupação de que as torres de celular dos EUA, que contêm equipamentos chineses, poderiam capturar informações confidenciais de bases militares e silos de mísseis.
As autoridades estão preocupadas que a Huawei possa obter dados confidenciais sobre exercícios militares e sobre o status de prontidão de bases e pessoal por meio dos equipamentos. A investigação é confidencial e envolve a segurança nacional.
O Departamento de Comércio intimou a Huawei em abril de 2021 para conhecer a política da empresa de compartilhar dados com partes estrangeiras, incluindo mensagens e dados de geolocalização.
A Huawei nega veementemente as alegações do governo dos EUA de que poderia espionar clientes norte-americanos. A China sustenta que Washington iniciou uma cruzada ideológica contra a Huawei sob a gestão do ex-presidente Donald Trump, uma política que não sofreu mudanças significativas quando Joe Biden assumiu a Casa Branca.
Desde então, diversos aliados dos EUA, como Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido, baniram ou restringiram o acesso da Huawei às redes de 5G.