No ano passado, a gigante do transporte marítimo chinês Cosco fez uma oferta a Berlim para adquirir uma participação de 35% em um dos três terminais da empresa de logística HHLA, localizada no porto de Hamburgo.
Entretanto, a coalizão alemã está dividida sobre se deve deixar o negócio ir adiante segundo a Reuters. Mas para que o acordo avance de alguma forma, a Alemanha permitiu que a Cosco assuma uma participação menor do que o planejado originalmente.
O compromisso faria com que Berlim aprovasse a venda de 24,9% do terminal para a companhia chinesa, relata a mídia.
Fontes citadas pela Reuters disseram que os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores alemães ainda querem bloquear o acordo por completo, mas é improvável que tenham sucesso, com o chanceler Olaf Scholz esperando prevalecer sobre as objeções de outros ministros.
"O Ministério da Economia tem a posição de que não devemos ter investimentos chineses em infraestrutura crítica, se possível", disse o ministro da Economia, Robert Habeck, em Luxemburgo hoje (25), acrescentando que o governo alemão ainda não concordou com uma posição conjunta.
A forma como a gestão alemã lida com o assunto é vista como um indicador de até que ponto a Alemanha está disposta a endurecer sua postura em relação à China, seu principal parceiro comercial, devido a preocupações sobre ser excessivamente dependente do país asiático cada vez mais assertivo.
Os defensores do acordo dizem que o mesmo permitirá que Hamburgo acompanhe os portos rivais que também disputam o comércio chinês e alguns dos quais são parcialmente de propriedade da Cosco.
Pequim disse anteriormente que esperava que a Alemanha visse o acordo sob uma "luz objetiva e racional" sem politizar as relações econômicas.
No entanto, Andreas Audretsch, legislador sênior do parceiro de coalizão de Scholz, o Partido Verde, afirmou que sua legenda queria proibir o acordo.
"O fato de a Cosco assumir agora menos de 25% do terminal não é um compromisso, mas uma solução emergencial para evitar que coisas piores aconteçam. A Alemanha não pode mais ser ingênua ao lidar com autocracias", disse Audretsch.
O pequeno avanço no acordo acontece uma semana antes de Scholz viajar para Pequim.