Nos experimentos, um painel solar com cerca da metade do tamanho de uma tela de smartphone foi amarrado nas costas de um pombo para alimentar um dispositivo de controle em sua cabeça.
A partir do experimento, pesquisadores disseram que alcançaram até 90% de precisão em seus testes para fazer os pombos seguirem comandos simples, como virar para a direita ou para a esquerda.
De acordo com um artigo publicado no Journal of Biomedical Engineering, da China, uma pequena bateria de lítio carregada pelo painel aciona um dispositivo de controle cerebral na cabeça do pássaro, que gera sinais de estimulação nervosa.
Com o novo dispositivo, "o robô animal pode ser guiado para carregar no sol de forma autônoma se a energia restante for baixa", escreveram os cientistas no artigo, segundo apuração do South China Morning Post.
Os pesquisadores observaram que, em experimentos anteriores, os pombos seguiram comandos humanos por cerca de 45 minutos (uma duração semelhante à de um drone comercial), devido ao tamanho limitado da bateria que os pássaros podiam carregar.
Os primeiros experimentos bem-sucedidos no controle do cérebro animal foram relatados por uma equipe de pesquisa japonesa em 1997, em uma apresentação em uma conferência internacional de robótica. Eles usaram estímulos elétricos para manter uma barata se movendo em linha reta.
Desde então, muitos pesquisadores de todo o mundo aderiram ao campo, estendendo o uso de tecnologia semelhante a uma ampla gama de animais, incluindo besouros, abelhas, lagartixas, ratos e tubarões.
Os comportamentos dos animais geralmente são manipulados por meio de sinais neurais gerados pelos pesquisadores para desencadear sensações desagradáveis, como dor ou medo, provocando uma ação imediata, como virar à direita ou à esquerda.
Para funcionar corretamente, o gerador de sinal, chips de computador e componentes de comunicação para o dispositivo de controle cerebral requerem um fornecimento de energia constante e estável.
Superar as restrições de um suprimento limitado de energia é um grande desafio que impede que a tecnologia seja aplicada a cenários da vida real, incluindo esforços de busca e salvamento após um desastre e operações militares.
Na China, alguns dos principais projetos de pesquisa no campo foram financiados pelo Exército de Libertação Popular (ELP). Isso inclui o uso de animais controlados pelo cérebro para transportar instrumentos de coleta de inteligência ou armas em situações perigosas, como operações antiterroristas ou missões de combate.