Panorama internacional

Rússia continuará desenvolvendo projetos do Conselho do Ártico, apesar do boicote ocidental

A Rússia executará o seu planejamento para o Ártico apesar da falta de parceiros, disse embaixador russo Nikolay Korchunov.
Sputnik
Nesta segunda-feira (31), em uma coletiva de imprensa, o embaixador Nikolay Korchunov falou sobre os planos do governo russo para a região do Ártico, abordando os principais desafios para pesquisas científicas na região.
"Enfatizamos o fato de que os projetos apresentados pela Rússia serão executados pela Rússia, independentemente da falta de parceiros", disse Korchunov.
Em março, após o início da operação militar especial russa na Ucrânia, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e Estados Unidos anunciaram que não participariam das reuniões do Conselho do Ártico realizadas sob a presidência da Rússia.
Em junho, os sete países concordaram em renovar parcialmente as suas participações nos projetos em que a Rússia não está envolvida.
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O diplomata russo disse que é "decepcionante" que os projetos da Rússia com outros países do Conselho do Ártico estejam sendo bloqueados, já que cada projeto passa por um longo processo de coordenação e angariação de fundos antes de ser lançado.
Em relação à recém-adotada estratégia nacional dos EUA para o Ártico, Korchunov disse que Moscou estava preocupada com o fato de os Estados Unidos fazerem do confronto e da dissuasão de outros países uma "pedra angular do documento".
"Como um dos principais desafios, eu nomearia a possível fragmentação da cooperação na região do Ártico", disse o diplomata.
No início de outubro, os Estados Unidos adotaram sua Estratégia Nacional para a Região Ártica para os próximos dez anos. De acordo com o documento, Washington pretende competir efetivamente com a Rússia e a China, bem como cooperar com a Finlândia e a Suécia na área de segurança.
No último dia 18, Gao Feng, representante especial do Ministério das Relações Exteriores da China para assuntos do Ártico, disse que Pequim não apoiará as tentativas de excluir a Rússia do Conselho do Ártico.
Wang Yiwei, diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade Renmin, salientou em entrevista recente à Sputnik que seria tolice tentar excluir a Rússia de várias plataformas internacionais de cooperação internacional.
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Para ambos especialistas, o Ocidente usa o conflito ucraniano para bloquear a cooperação internacional". Apesar da pressão, a China tem resistido a todos os esforços para politizar e militarizar o Ártico.
Em setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que a Rússia estava retornando ao Ártico tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista de garantir a capacidade de defesa.
A Rússia está desenvolvendo um novo Sistema de Lançamento Múltiplo de Foguetes (MLRS, na sigla em inglês) para armar suas unidades do Ártico.
Ele acrescentou que o MLRS é um meio eficaz de combater vários tipos de alvos terrestres, bem como ataques anfíbios, pois permite fogo denso sobre uma grande área em unidades inimigas no momento do pouso.
Para a Rússia, embora não haja desafios e ameaças reais à segurança regional no Ártico, a região abriga importantes áreas da segurança nacional do país, e deve ser preservada.
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