Em um curto pronunciamento, Bolsonaro agradeceu a seus eleitores pelos mais de 58 milhões de votos e comentou os bloqueios que vêm ocorrendo nas rodovias do país. Ao mesmo tempo em que ressaltou a "indignação" de seus apoiadores, ele condenou o uso da força e a restrição "do direito de ir e vir" da população.
"Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população", afirmou Bolsonaro, citando "invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento de ir e vir".
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) segura bandeira brasileira e imagem religiosa enquanto enfrenta a tropa de choque da Polícia Militar, que tenta dispersar manifestantes, durante bloqueio na rodovia BR-116 em Novo Hamburgo (RS), em 1º de novembro de 2022. Foto de arquivo
© AFP 2023 / Silvio Avila
O presidente ressaltou ainda a votação conquistada pelo seu campo político para o Congresso Nacional nas eleições parlamentares deste ano. Segundo ele, o resultado mostrou "a força dos nossos valores", repetindo o lema "Deus, pátria, família e liberdade".
"Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra", disse.
Bolsonaro afirmou ainda que sempre foi "rotulado como antidemocrático", mas que "sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição".
"Nunca falei em controlar ou censurar mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", disse.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (ao centro), caminha até o Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), em 31 de outubro de 2022, um dia após o segundo turno das eleições presidenciais. Foto de arquivo
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O presidente declarou ainda que "é uma honra ser um líder de milhões de brasileiros" que também "defendem a liberdade econômica, religiosa, de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela de nossa bandeira".
No último domingo (30), Lula foi eleito presidente do Brasil com 50,9% dos votos, contra 49,1% de Bolsonaro. Foram 60,3 milhões de votos para o petista. Já Bolsonaro teve 58,3 milhões.
Apesar de o presidente mencionar "sentimento de injustiça", não foi detectado pelas autoridades nenhum tipo de fraude nas urnas eletrônicas e em todo o processo eleitoral que desfavorecesse a candidatura de Bolsonaro.