A China não deve realizar uma operação militar em Taiwan nos próximos anos, disse na sexta-feira (4) Colin Kahl, subsecretário de Defesa para a Política dos EUA em um evento no Brookings Institution, em Washington.
"Não creio que a curto prazo a China esteja planejando invadir Taiwan. Eu acho que eles querem aplicar uma pressão coerciva sobre Taiwan. Eu acho que eles querem estabelecer uma nova normalidade em torno de Taiwan", disse Kahl, acrescentando que Pequim pretenderia "pressionar a comunidade internacional a aceitar a política da China" em relação a Taipé.
"Não creio que eles devem invadir Taiwan nos próximos anos, mas nunca se sabe [...] Não creio que [o presidente chinês] Xi Jinping tenha tomado a decisão de [...] forçar a reunificação, mas ele certamente deu a seus militares o encargo de ter essa capacidade até o final desta década e provavelmente até 2027", teorizou o membro do Pentágono.
Além desses cenários, Kahl também sugeriu que a China poderia realizar um bloqueio da ilha autogovernada.
As tensões em torno de Taiwan aumentaram em agosto, após uma visita à ilha por Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA. Ela foi seguida por uma série de outras visitas por delegações do país norte-americano e de outros países.
Em 27 de outubro Tan Kefei, porta-voz do Ministério da Defesa da China, afirmou que o Exército de Libertação Popular (ELP) "está sempre em alerta máximo" para defender "com ações práticas" a soberania e a integridade territorial do país, em referência a Taiwan.
Pequim defende a reunificação com o território autogovernado, que vê como uma província renegada e cuja independência nunca reconheceu. O governo chinês insta os países do mundo a cumprirem a política de Uma Só China, adotada pelas Nações Unidos nos anos 1970.