As informações foram veiculadas pelo jornal The Washington Post, citando fontes familiarizadas com as discussões.
Interlocutores do jornal, no entanto, especificaram que as autoridades norte-americanas não querem impulsionar a Ucrânia para a mesa de negociações de paz: seus apelos visam garantir que o governo de Kiev mantenha o apoio de outros países que enfrentam o medo dos eleitores de que o conflito se prolongue por anos.
"A fadiga da Ucrânia é algo real para alguns de nossos parceiros", disse um funcionário dos EUA ao jornal.
De acordo com a reportagem, as preocupações estão aumentando em partes da Europa, África e América Latina, já que os preços dos alimentos e dos combustíveis estão subindo em meio ao conflito.
Em conversas privadas, o governo Biden está pedindo aos líderes ucranianos que mostrem abertura às negociações com a Rússia e reconsiderem sua recusa pública de participar de negociações de paz a menos que o presidente Vladimir Putin seja removido do poder, condição imposta por Kiev.
O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, assinou um decreto sobre a implementação da decisão do Conselho de Segurança e Defesa Nacional sobre a impossibilidade de negociar com Vladimir Putin.
Como o presidente Vladimir Putin observou no final de outubro, a Rússia disse muitas vezes que está pronta para as negociações com a Ucrânia, mas o regime de Kiev decidiu não continuá-las.
Segundo ele, a boa vontade de Moscou no diálogo com Kiev é conhecida e não está sujeita a nenhuma alteração ou dúvida.
O secretário de imprensa do chefe de Estado, Dmitry Peskov, disse que Kiev se recusou a negociar com a Rússia por determinação de Washington, e que isso era bastante óbvio.
Ele acrescentou que Moscou não muda de posição, está pronta e quer garantir seus interesses na mesa de negociações, mas que havia falta de vontade por parte da Ucrânia.
Em 24 de fevereiro, a Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia. O presidente Vladimir Putin chamou seu objetivo de "a proteção de pessoas que foram submetidas a abusos e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos".
O chefe de Estado salientou que o objetivo final é a libertação do Donbass e a criação de condições que garantam a segurança da própria Rússia.