A disparada da inflação e do custo de vida e o agravamento das crises de dívida vão ser as principais ameaças à atividade empresarial nos países do G20 — grupo formado pelos ministros de Economia e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia (UE) — por pelo menos dois anos, de acordo com os dados do Fórum Econômico Mundial (FEM), publicados nesta segunda-feira (7).
A Pesquisa de Opinião Executiva realizada pelo Centro para a Nova Economia e Sociedade do FEM perguntou a mais de 12.000 líderes empresariais de 122 economias ao redor do mundo: "Quais cinco riscos são os mais prováveis de representar a maior ameaça ao seu país nos próximos dois anos?"
Entre as cinco categorias — econômica, geopolítica, ambiental, social e tecnológica — a maioria dos entrevistados apontou as crises de inflação e dívida (econômica) e crise de custo de vida (social) como os problemas mais cruciais.
A possibilidade de um grande confronto geoeconômico também preocupa empresas nas economias desenvolvidas, enquanto líderes empresariais de mercados emergentes indicam que a falta de serviços digitais continua sendo um problema sério. Os problemas ambientais foram colocados no final da lista, enquanto os problemas de segurança cibernética não chegaram nem mesmo ao top dez.
A Europa e muitas outras regiões enfrentaram uma inflação vertiginosa neste ano, depois que Washington, Londres e Bruxelas impuseram sanções à Rússia por sua operação militar especial na Ucrânia. Essa decisão exacerbou os problemas contínuos no mercado de combustíveis, resultando em uma crise de energia generalizada, uma vez que as sanções antirrussas aumentaram a volatilidade do mercado e prejudicaram as cadeias de suprimentos em todo o mundo.
Os altos preços dos combustíveis entraram em foco público na UE, Reino Unido e EUA. Muitos países europeus tiveram que recorrer a medidas de contingência energética, enquanto as contas de eletricidade aumentaram drasticamente, já que a Rússia era a principal fornecedora de combustível do bloco.