Panorama internacional

No centro das atenções e após anos de apoio a Juan Guaidó, Macron pede diálogo a Maduro

Os presidentes da França e da Venezuela, Emmanuel Macron (E) e Nicolás Maduro, na COP27 no Egito
No início de 2019, o então presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino do país sul-americano, em repúdio à administração de Nicolás Maduro à frente do Poder Executivo, tendo sido posteriormente reconhecido pela França.
Sputnik
No entanto, nesta segunda-feira (7), o presidente da França, Emmanuel Macron, apertou a mão de seu colega venezuelano Nicolás Maduro, no Egito, no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em 2022, conhecida como COP27, e foi criticado por diferentes vozes.
O presidente francês disse a Maduro que "adoraria se eles pudessem conversar um pouco mais e que pudessem iniciar um trabalho bilateral útil para o país e a região".
"Em 26 de janeiro de 2019, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Países Baixos e Portugal instaram Nicolás Maduro a convocar eleições presidenciais antecipadas e democráticas", lembra o Ministério das Relações Exteriores do governo francês.
"Em 4 de fevereiro de 2019, diante da recusa de Nicolás Maduro, a França e 19 Estados-membros da União Europeia [UE] consideraram que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, era o presidente encarregado da Venezuela para a organização de eleições democráticas", acrescenta.
Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana (foto de arquivo)
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Durante seu recente encontro com Maduro, o presidente Macron disse que o continente americano está se reunificando e pediu ao venezuelano que ampliasse seu diálogo para iniciar uma cooperação bilateral. O presidente francês também prometeu ligar para Maduro assim que a COP27 terminar, no dia 17 de novembro.
"Engraçado ver Macron tão humilde. Há alguns anos, ele dizia que a Venezuela não era uma democracia há muito tempo e pedia mais sanções. Agora ele está implorando por petróleo venezuelano e tentando ser amigo de Maduro", disse o cientista político muçulmano Ammar Kazmi.
"Em um mundo cheio de incertezas, a natureza estratégica dos recursos naturais confere uma ampla margem de manobra que os países em desenvolvimento devem aproveitar porque produz efeitos que eram impensáveis ontem", disse a doutoranda em história da economia internacional, Nya Mbessa Merlin Brice, da Universidade de Yaoundé, em Camarões.
O próprio presidente venezuelano afirmou que as portas da Venezuela estão abertas ao povo da França.
"Excelente aperto de mão com o presidente da França, Emmanuel Macron, no marco da COP27, que é sem dúvida um ponto de encontro entre governos e países do mundo. As portas da Venezuela estão abertas ao povo francês", afirmou Maduro.
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