Os EUA estão considerando aliviar as sanções contra a Venezuela e começar a importar petróleo bruto do país, disse uma fonte da indústria próxima aos detalhes dessas discussões nesta sexta-feira (11).
No início de outubro, o jornal The Wall Street Journal havia informado que o governo dos EUA estava discutindo com a liderança da Venezuela a flexibilização das sanções em troca de permitir que as empresas americanas retomassem o bombeamento de petróleo. Em particular, a discussão envolvia a empresa Chevron. Assim, será possível fornecer petróleo da Venezuela aos mercados norte-americano e europeu.
Segundo informou a fonte nesta sexta, os EUA não pretendem retirar completamente as sanções ao país sul-americano, mas querem flexibilizar as restrições aos negócios privados em termos de cooperação com a petrolífera venezuelana Petróleos de Venezuela, S.A. (PDVSA). Assim, Washington planeja permitir que a PDVSA pague dívidas a seus parceiros estrangeiros. Os pagamentos foram interrompidos em 2017, após a introdução das sanções dos EUA. Além disso, as autoridades norte-americanas acreditam que passar a comprar petróleo da Venezuela é uma opção melhor do que aumentar a produção em seus próprios campos.
Segundo o interlocutor, a necessidade de uma fonte adicional de importação de combustíveis e a redução do custo da gasolina dentro dos EUA não são os únicos fatores que orientam Washington a respeito do relaxamento das sanções contra Caracas. A fonte salientou que existem muitas razões igualmente importantes relacionadas com geopolítica, ecologia e segurança que também influenciam a essa decisão.
A fonte acrescentou que os EUA estão preocupados com o fornecimento de petróleo pesado do Irã à Venezuela, que é processado na refinaria de El Palito. O governo dos EUA espera ajustar as sanções para que a Venezuela possa importar seus diluentes tão necessários do golfo do México. Isso, segundo Washington, começará a "afastar" a Venezuela do Irã e permitirá aumentar a transparência dessas entregas.
Em 2019, os EUA impuseram uma série de sanções contra a Venezuela. Uma das restrições mais impactantes foi o bloqueio de US$ 7 bilhões em ativos da PDVSA nos EUA. Em 2020, a Venezuela apresentou uma queixa ao Tribunal de Haia sobre as sanções que os EUA impõem ao país. Os EUA não podem impedir que empresas internacionais comprem petróleo venezuelano, mas podem pressioná-las financeiramente para impedi-las de fazer negócios com empresas americanas se as sanções não forem aplicadas.