Em mensagens compartilhadas no WhatsApp (plataforma pertencente à empresa extremista Meta, banida no território da Rússia), apoiadores do presidente, Jair Bolsonaro, passaram a acusar cinco generais do Alto Comando do Exército de não apoiarem os pedidos de intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No texto, os bolsonaristas dizem que os oficiais são "generais-melancia" porque seriam "verdes por fora e vermelho por dentro", em uma falsa referência de que os militares apoiariam Lula, de acordo com a Folha de São Paulo.
"Dos 19 [são 16 generais quatro estrelas, na verdade], estes cinco não aceitam a proposta do povo. Querem que Lula assuma, já se acertaram com ele", diz a mensagem compartilhada acompanhando a foto dos militares.
A mensagem teria irritado os generais do Alto Comando do Exército, que teriam passado a manhã de ontem (16) a conversar entre si e com o comandante do Exército, general Freire Gomes, para tentar desmentir a informação, relata a mídia.
Para reduzir o impacto, Freire Gomes mandou o chefe do Centro de Comunicação do Exército, general José Ricardo Vendramin, escrever um comunicado para todos os militares da força.
O documento, intitulado "Esclarecimento ao Público Interno", diz que as mensagens têm "se caracterizado pela maliciosa e criminosa tentativa de atingir a honra pessoal de militares com mais de quarenta anos de serviços prestados ao Brasil, bem como de macular a coesão inabalável do Exército de Caxias".
O texto ainda diz que a tentativa "anônima e covarde" de espalhar desinformação sobre a força atesta a "falta de ética e de profissionalismo" das pessoas ou grupos que espalham as mensagens.
"O Exército Brasileiro permanece coeso e unido, sempre em suas missões constitucionais, tendo na hierarquia e na disciplina de seus integrantes o amálgama que o torna respeitado pelo povo brasileiro, seu fiador", conclui a nota.
Entretanto, mesmo com os distúrbios que as manifestações têm causado nas regiões militares, o Exército decidiu e comunicou aos generais na última semana que não vai interferir nos atos, conforme noticiado.