Uma equipe de astrônomos descobriu através do Telescópio Espacial James Webb duas galáxias peculiares que se formaram nos tempos primordiais do Universo, comunicou na quinta-feira (17) a agência espacial norte-americana NASA.
Uma das galáxias "excepcionalmente brilhantes", a GLASS z-12, surgiu somente 350 milhões de anos após o Big Bang. Ela supera assim a recordista anterior GN-z11, que tem uma idade estimada de 400 milhões de anos, e foi descoberta em 2016 pelo Telescópio Espacial Hubble e pelo Observatório Keck. A outra galáxia apareceu 450 milhões de anos após a formação do Universo, segundo o estudo publicado na revista Astrophysical Journal Letters.
Devido a suas características, os cientistas suspeitam que a GLASS-z12 carece de elementos pesados e pode até conter algumas estrelas conhecidas como População III, que ardem a temperaturas extremamente altas e consistem apenas de hidrogênio primordial e hélio.
Mapas do aglomerado de galáxias Abell 2744. A galáxia marcada como 1 existia 450 milhões de anos após o Big Bang, enquanto a galáxia marcada como 2 existia há 350 milhões de anos após o Big Bang. Ambas tem um tamanho inferior a 5% ao da nossa galáxia Via Láctea
"Apanhamos algo que é incrivelmente fascinante. Estas galáxias teriam que ter começado a se reunir talvez apenas 100 milhões de anos após o Big Bang. Ninguém esperava que a era das trevas tivesse terminado tão cedo", comentou Garth Illingworth, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, EUA, e coautor do estudo.
A NASA nota que as observações do telescópio James Webb desafiam a percepção científica de como as galáxias se formam, e levaram os cientistas a concordar que "um número incomum de galáxias no início do universo era muito mais brilhante do que o esperado".
"Ficamos surpresos ao encontrar mais luz estelar distante do que alguém jamais havia visto antes", disse Rohan Naidu, outro dos autores. A capacidade do telescópio de criar "imagens muito mais claras, em luz infravermelha, comparada ao Hubble", foi determinante, apontam os cientistas.
As estimativas de infravermelho do James Webb ainda precisarão ser confirmadas com medições espectroscópicas, notou a NASA.