"Estamos cientes das discussões dentro da UE sobre as relações com a Rússia, que são mais uma tentativa de repensar abordagens de longo prazo para a interação com nosso país. Aparentemente, é muito cedo para falar sobre os resultados, já que a discussão continua. Não temos ilusões", disse Zakharova em comunicado, comentando sobre uma "nova abordagem europeia" em relação à Rússia, proposta pelo chefe de política externa da UE, Josep Borrell.
De acordo com Zakharova, as ideias de Borrell não contêm sequer um indício da visão estratégica da UE na direção russa, mas apenas provocam a consolidação de uma nova cisão na Europa, sem oferecer receitas pragmáticas e ágeis para resolver os problemas acumulados.
"Como se a Rússia ou a UE, vizinhos geográficos e civilizacionais, pudessem se afastar", observou a porta-voz.
Zakharova continuou dizendo que Bruxelas, infectada com um "vírus político anormal", decidiu "se isolar" em relação à Rússia, mas as tentativas de isolar o país foram infrutíferas.
A porta-voz acrescentou que a política da UE apresentada por Borrell foi direcionada para limpar o campo de informação do bloco sobre pontos de vista alternativos, expandindo a influência da UE nos Balcãs Ocidentais, provocando rivalidade com Moscou no espaço pós-soviético e impondo políticas ocidentais.
Na terça-feira (15), Borrell destacou seis pontos principais de uma abordagem comum da UE às relações com a Rússia no contexto da crise ucraniana, discutida no Conselho de Relações Exteriores no dia anterior.
Entre outras coisas, envolve esforços conjuntos para isolar a Rússia e apoiar os vizinhos para superar as consequências da crise global, semelhante à assistência prestada pela UE à Ucrânia.