A OTAN não está buscando um confronto com a Rússia e não será arrastada para o conflito na Ucrânia, declarou no sábado (19) Lloyd Austin, secretário de Defesa dos EUA.
"Senhoras e senhores, a OTAN é uma aliança defensiva. Ela não busca o confronto com a Rússia. Não representa uma ameaça para a Rússia", disse o chefe do Pentágono em uma conferência no Canadá.
No entanto, Austin chamou o conflito na Ucrânia de ameaça à segurança dos Estados Unidos e da Europa.
"O desfecho da guerra na Ucrânia ajudará a moldar o curso da segurança global no nosso ainda jovem século", disse Austin, acrescentando que a OTAN continuaria apoiando a Ucrânia e "reforçaria [as capacidades] de defesa coletiva e de dissuasão da OTAN".
Para o chefe do Pentágono, as hostilidades ameaçam encorajar a proliferação de armas nucleares, visto que regimes antidemocráticos em todo o mundo poderiam concluir que a obtenção de armas nucleares lhes daria licença para as usar.
O alto responsável dos EUA prevê que o resultado do confronto determinará todo o cenário de segurança global no século XXI e o destino da ordem mundial que foi instituída no final da Segunda Guerra Mundial.
"As pessoas do mundo não querem voltar [ao passado], suportar o início de uma nova era sombria de turbulência, caos e guerra, e a invasão russa oferece uma antevisão de um possível mundo de tirania e revolta em que nenhum de nós quer viver", disse Austin.
Horas antes, Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança, e ex-presidente da Rússia (2008-2012), declarou que os EUA, a OTAN e a UE não querem uma ruptura definitiva com Moscou e que deverão deixar de apoiar a Ucrânia.