"Falando em assuntos internacionais, é muito provável, vou fazer algumas consultas hoje, que a reunião dos países da Aliança do Pacífico seja cancelada", disse o chefe de Estado em entrevista coletiva.
Na quinta-feira passada (17), uma subcomissão do Congresso peruano admitiu uma queixa constitucional contra Castillo pelos supostos crimes de organização criminosa, tráfico de influência e conluio. No dia seguinte (18) o plenário votou contra a permissão de sua viagem ao México para receber a presidência temporária da aliança.
"Eles não deram permissão para atender o presidente do Peru, então vamos adiar ou procurar outra opção", disse o governante mexicano.
O plenário do poder legislativo peruano autorizou, ainda no dia 18 de novembro, uma viagem de Castillo ao Chile nos dias 28 e 29 deste mês, mas não permitiu sua viagem ao México, por 77 votos a favor, 35 contra e duas abstenções.
"Sou o presidente transitório ou temporário dessa aliança e cabe ao presidente do Peru receber a presidência; se ele não vier, a quem entrego?", perguntou López Obrador.
Uma das possibilidades que os anfitriões mexicanos propõem é que a cúpula seja realizada em Lima, no Peru. No início do mês, Castillo desistiu de viajar para o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na Tailândia, devido à demora no Congresso para autorizar sua saída.
O parlamento peruano também negou ao presidente permissão para visitar o Vaticano e assistir à posse do presidente colombiano Gustavo Petro.
López Obrador explicou que transformaria as visitas de outros três chefes de Estado em encontros bilaterais, um deles Gabriel Boric, do Chile, que junto com a Colômbia completam os quatro fundadores da Aliança do Pacífico.
Também estava prevista a chegada de governantes de três países que pretendiam integrar o bloco, fundado em 2011. São eles o equatoriano Guillermo Lasso, o costarriquenho Rodrigo Chaves e a hondurenha Xiomara Castro.
"Vou ter reuniões bilaterais: sim, vem o presidente do Chile; o presidente da Costa Rica; a presidente de Honduras, mas não necessariamente esta reunião da Aliança do Pacífico", adiantou López Obrador. O anfitrião da cúpula não mencionou o presidente colombiano Gustavo Petro.
A aliança, grupo focado na integração econômica e no livre comércio, se define como "a oitava potência econômica e a oitava potência exportadora mundial".
A proposta mexicana para a cúpula do grupo é reduzir as regulamentações restritivas ao comércio regional e facilitar o comércio, principalmente no que diz respeito à segurança alimentar.
As economias do México, Chile, Colômbia e Peru representam mais de 40% do produto interno bruto (PIB) da América Latina e acumulam 38% do investimento estrangeiro direto.
O grupo regional tem um parceiro na outra ponta do oceano Pacífico, Cingapura. Já Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul estão em processo de adesão como Estados associados, além de Equador e Costa Rica.