Panorama internacional

Blinken: EUA 'ainda revisam relação' com Riad mesmo com imunidade concedida ao príncipe saudita

Há quatro dias o governo Biden decidiu que o príncipe saudita deveria receber imunidade soberana no processo do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, entretanto, diz que decisão não flexibiliza revisão das relações.
Sputnik
Após os EUA concederem imunidade ao príncipe herdeiro saudita e primeiro-ministro, Mohammed bin Salman, no que diz respeito ao processo pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, o governo norte-americano "ainda está revisando seus laços com o país", disse o secretário de Estado, Antony Blinken.
"A opinião que fornecemos não fala de forma alguma sobre os méritos do caso ou o status do relacionamento bilateral […] nossa revisão dessa relação está em andamento", disse Blinken a repórteres em uma coletiva de imprensa no Catar nesta terça-feira (22), segundo a Reuters.
Khashoggi, jornalista saudita que então vivia nos Estados Unidos, foi morto e esquartejado em 2018 por agentes sauditas no consulado do reino em Istambul, em uma operação que a inteligência dos EUA acredita ter sido ordenada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. MBS, como é conhecido, negou ter ordenado o assassinato.
Entretanto, a noiva de Khashoggi processou o príncipe no tribunal dos EUA, mas em uma decisão na semana passada, os advogados do Departamento de Justiça concluíram que o príncipe tinha imunidade por ter sido nomeado premiê do governo saudita em setembro.
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Blinken disse que a opinião legal de que o príncipe tinha direito à imunidade foi baseada em "prática de longa data" observada em "centenas de casos", relata a mídia. A decisão norte-americana encerra efetivamente uma última tentativa de responsabilizar legalmente o príncipe herdeiro saudita pelo assassinato de 2018.
"Em todos os casos, simplesmente seguimos a lei. E foi isso que fizemos", acrescentou.
A decisão do governo Biden na semana passada ocorreu em um momento de tensões crescentes entre Washington e Riad sobre o fornecimento de energia, depois que o grupo petrolífero OPEP+ decidiu em sua última reunião cortar as metas de produção devido às objeções dos EUA.
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