Notícias do Brasil

OCDE sugere ao governo Lula acabar com incertezas sobre evolução dos gastos públicos

Visão geral da sessão solene do Congresso Nacional em comemoração aos 200 anos da independência do Brasil em Brasília, em 8 de setembro de 2022
Para entidade, é positivo que o novo governo mire em programas sociais, mas é importante "reduzir a incerteza sobre o desenvolvimento das contas públicas, junto à ajuda às famílias vulneráveis. É bem melhor ter uma política fiscal bem direcionada do que dar subsídios para todos".
Sputnik
Mesmo com as projeções da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que descartam recessão global, no caso específico do Brasil, a entidade prevê que o crescimento da economia do país passará de 2,8% neste ano para 1,2% no ano que vem, e recomenda ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que acabe logo com as incertezas sobre a evolução dos gastos públicos.
Apesar dos números citados indicarem baixa, são melhores do que os prospectados anteriormente, quando era previsto crescimento econômico de 2,5% para este ano e de 0,8% para 2023, segundo o jornal Valor Econômico.
Como nota o economista e chefe da divisão na OCDE que acompanha a situação brasileira, Jens Arnold, ouvido pela mídia, a melhora na projeção do Brasil tem a ver com o resultado do PIB no primeiro semestre, que foi melhor do que muitos observadores esperavam. Mas vários fatores podem abrandar o crescimento no ano que vem, para logo depois o país voltar a crescer um pouco mais (1,4% em 2024).
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, Brasília, 6 de junho de 2022
Notícias do Brasil
Mídia: Brasil esconde orçamento secreto e diz que contas são transparentes em ofício enviado à OCDE
Um desses fatores seria o cenário mundial, uma vez que com menos demanda global, um exportador de commodities como o Brasil sofre consequências. Ao mesmo tempo "a alta inflação que está pesando sobre os gastos das famílias, o crédito mais caro, e os salários que não tem crescido no mesmo ritmo da inflação", também contribuem, explica o economista.
Mas um fator-chave para desaceleração seria a "incerteza no cenário fiscal [que] nunca ajuda no crescimento, nos investimentos. É importante respeitar um direcionamento para o fiscal e isso pode incluir um forte componente social".
Notícias do Brasil
OCDE sugere que adesão do Brasil não será tão simples
Para Arnold, é positivo que o componente social seja uma prioridade do novo governo, porém, "o Brasil tem bastante ineficiências no gasto público. Essa ineficiência é problemática, mas também significa que há bom espaço para controlar gastar sem afetar despesas bem direcionadas", afirmou o economista à mídia.
O importante, reitera Arnold, "é reduzir a incerteza sobre o desenvolvimento das contas públicas, compatibilizando com ajuda para famílias vulneráveis. É bem melhor ter uma política fiscal bem direcionada do que dar subsídios para todos".
Comentar