No documento, os deputados solicitaram à presidenta do STF, Rosa Weber, que o procurador-geral da República, Augusto Aras, seja instado a investigar e adotar providências legais com relação a supostos crimes cometidos por Nardes.
Os parlamentares também pedem a adoção de medidas administrativas, civis e penais cabíveis para identificar com urgência grupos que estariam "disseminando ódio e estimulando violência" contra o resultado eleitoral.
Além disso, sugerem que o Supremo avalia a presença de elementos que justifiquem o "afastamento imediato" de Augusto Nardes do seu cargo por sua "conduta antidemocrática".
No áudio vazado, Nardes disse "estar acontecendo um movimento muito forte nas casernas" brasileiras e que "é questão de horas, dias, no máximo, uma semana, duas, talvez menos do que isso", para um "desenlace bastante forte na nação".
O texto enviado pelos parlamentares ao STF fala em "flagrante demonstração" de apoio a "movimentos golpistas" do ministro do TCU em seu áudio vazado. O documento afirma que Nardes tem "aversão à Constituição" e um "projeto de cooptar representante do setor do agronegócio, contra as estruturas de Estado para pavimentar o caminho do autoritarismo".
Os deputados apontam ainda que o ministro demonstrou "todo seu desprezo pelas instituições" ao apoiar "insurreições criminosas" e "ataques ao Estado Democrático de Direito".
A queixa-crime é assinada pelo líder da bancada do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), e os deputados Alencar Santana Braga (SP), Elvino Bohn Gass (RS), Paulo Pimenta (RS) e Paulo Teixeira (SP).
Após a repercussão negativa do áudio, Nardes decidiu tirar uma licença médica nesta segunda-feira (21), afastando-se do seu cargo temporariamente.