Hoje (25), o presidente russo participou de uma reunião com as mães dos soldados e combatentes da operação especial russa na Ucrânia. Ele falou sobre o conflito e o papel que algumas potências ocidentais desempenham para acirrar as tensões na região.
"Se não tivesse havido um golpe de Estado na Ucrânia em 2014, não haveria hostilidades agora", disse o presidente russo.
Segundo ele, foi "graças aos esforços" de alguns países, incluindo a Ucrânia, que "acabamos nesta situação". Putin ainda acrescentou que a operação militar especial está em andamento "porque eles trouxeram isso".
Ele criticou o caminho tomado pela Ucrânia depois de 2014, principalmente depois que alguns grupos políticos ligados à memória de Stepan Bandera, um notório terrorista alinhado a Adolf Hitler, "assumiram o controle de todas as autoridades e administrações da Ucrânia".
"E quais são os [grupos] de Bandera? Neonazistas. Bandera era o capanga de Hitler, ele atirou em russos, aliás, e poloneses, judeus, todos ali sob a direção de Hitler, e hoje eles [os nacionalistas ucranianos] elevaram essas pessoas ao posto de heróis nacionais," disse Putin.
Ainda de acordo com o presidente da Rússia, é contra isso que os militares russos estão lutando hoje na zona da operação militar especial.
23 de novembro 2022, 11:23
Em 2014, após o golpe de Estado no país (chamado de Euromaidan, que desencadeou a atual crise de segurança no leste da Ucrânia), os EUA e seus aliados gastaram bilhões de dólares e milhões de horas treinando e equipando tropas ucranianas.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá treinaram dezenas de milhares de soldados ucranianos ao longo dos anos, entre eles membros da Guarda Nacional — uma controversa força que inclui milhares de combatentes nacionalistas de extrema-direita.
No início desta semana, a ex-chanceler alemã Angela Merkel disse, em entrevista à revista Der Spiegel, não ter recebido com surpresa a notícia do início da operação militar da Rússia na Ucrânia, dado o descumprimento por parte de Kiev dos acordos de Minsk.
Os acordos foram assinados em 2014 e 2015 por Rússia, Ucrânia, República Popular de Lugansk (RPL) e República Popular de Donetsk (RPD) e tinham como objetivo pôr fim aos conflitos armados no leste da Ucrânia.