A parede de várias cores de 30 metros de comprimento, conhecida como a Huaca Pintada, foi inicialmente descoberta em 1916 por um grupo de saqueadores de tumbas em busca de tesouros no distrito de Illimo, na província peruana de Lambayeque. Naquela época, a obra não sofreu danos consideráveis por parte dos bandidos, informa La República.
Enquanto isso, o engenheiro alemão Hans Hinrich Bruning, que vivia no país sul-americano há cerca de 40 anos estudando etnografia e arqueologia, tirou fotografias do mural que mais tarde caiu no esquecimento de tal forma que, passado mais de um século, a nova geração só tinha o nome do mural perdido e imagens em preto e banco.
Redescobrem no Peru um mural pré-colombiano perdido há um século. A representação mostra um cortejo de guerreiros finamente vestidos e armados com bastões desfilando para apresentar oferendas ante uma divindade.
Em 2019, um grupo de pesquisa suíço-peruano liderado por Sâm Ghavami, da Universidade de Friburgo (Suíça), iniciou a busca e pesquisa da Huaca Pintada. Devido a uma pausa por COVID-19, o trabalho foi concluído apenas neste mês de novembro.
O pesquisador revelou que o mural retrata um cortejo de guerreiros bem-vestidos e armados com bastões desfilando para apresentar suas oferendas ante uma divindade.
"[…] o valor do mural não é somente estético, já que o estilo 'mestiço' da pintura, mostrando elementos tanto da cultura Lambayeque como arcaísmos de seus ancestrais Mochica, dava a entender que a Huaca Pintada podia ser cenário do processo de formação de um fenômeno cultural maior", explicou Ghavami.