Panorama internacional

EUA sugeriram à Turquia retirar forças curdas para não ficarem no caminho das tropas de Ancara

Na última semana a Turquia começou uma operação militar na Síria, depois que Ancara foi vítima de uma explosão que produziu dezenas de vítimas e que foi atribuída a grupos curdos considerados terroristas.
Sputnik
Washington propôs a Ancara mover por 30 quilômetros os destacamentos de forças curdas controladas pelos EUA no norte da Síria para que não sejam afetados pela operação militar da Turquia na região, escreveu na sexta-feira (25) o jornal turco Hurriyet.
"Cientes da determinação do presidente [turco Recep Tayyip] Erdogan, os americanos tomaram medidas para resolver o problema sem a operação", disse o jornal.
Segundo o Hurriyet, Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, se encontrou com Yasar Guler, seu homólogo da Turquia, enquanto o ministro da Defesa turco Hulusi Akar se encontrou com Jeffry Flake, embaixador americano em Ancara.
"O que significam estas reuniões em um momento em que a operação terrestre é inevitável? Estas negociações são naturais, pois também há soldados americanos na [cidade síria de] Kobane. A região está sob o controle americano", escreve o jornal.
A Turquia iniciou no dia 19 de novembro ataques aéreos e de artilharia contra as milícias curdas, com o objetivo declarado de prevenir ataques terroristas contra o povo turco e as forças de segurança, além de "proteger as fronteiras e destruir o terrorismo em sua origem".
Isso acontece após uma explosão em 13 de novembro em Istambul, Turquia, que matou seis pessoas e feriu mais 81. Ancara afirmou que ele foi realizado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) e pelo Partido de União Democrática (PYD, na sigla em curdo), ambos considerados organizações terroristas pelo governo turco.
Washington já disse que, embora Ancara tenha o direito à autodefesa, suas ações poderiam complicar a luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), que está sendo travada pelas milícias curdas apoiadas pelos EUA. Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono, também notou que os ataques aéreos turcos na Síria "ameaçavam a segurança" das tropas americanas que ainda permanecem no país árabe.
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