Os domicílios britânicos reduziram o uso de energia e gás em cerca de 10% em meio ao aumento do custo de vida e da inflação, relatou no domingo (27) o jornal The Guardian, citando dois grandes fornecedores de energia.
De acordo com a concessionária E.ON, que tem 5,6 milhões de clientes no Reino Unido, o país viu "quedas de dois dígitos" no consumo de energia nas últimas semanas. Michael Lewis, o chefe executivo da E.ON, detalhou que a empresa registrou reduções de 10-15%, cita o The Guardian.
O Utility Warehouse, um fornecedor com 800.000 clientes, também registrou uma queda de 10% no consumo. Andrew Lindsay, CEO da empresa controladora da Utility Warehouse, a Telecom Plus, disse ao jornal que eles esperam "uma nova queda no consumo à medida que as pessoas se autorregulamentam".
Em outubro a operadora britânica de eletricidade National Grid apresentou um plano de emergência que previa cortes sistemáticos de energia de três horas no país no caso de um inverno frio no final do ano e uma interrupção no fornecimento do gás russo. De acordo com o regulador de energia britânico Ofgem, o Reino Unido está enfrentando uma escassez de gás causada pela atual crise energética, em resultado da qual algumas usinas elétricas alimentadas a gás até podem entrar em falência.
Os países ocidentais e seus aliados têm enfrentado uma forte crise energética e procuram encher suas reservas de gás a tempo do começo do inverno europeu, depois que impuseram sanções à Rússia pelo lançamento de uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro. As sanções e a operação especial resultaram em interrupções significativas nas cadeias de abastecimento e um pico nos preços da energia em todo o mundo. No Reino Unido, o aumento do custo de vida atingiu milhões de domicílios.