Ulf Kristersson, primeiro-ministro da Suécia, declarou que cerca de uma dúzia de criminosos do país estão se escondendo na Turquia e que isso é uma questão séria.
Em maio a Finlândia e da Suécia se candidataram oficialmente à OTAN, pondo fim a uma política de décadas de não alinhamento. A Turquia continua sendo o único Estado-membro da OTAN a bloquear a entrada dos dois países escandinavos na OTAN devido a pedir primeiro a extradição por Estocolmo de indivíduos curdos, considerados terroristas por Ancara, e segue sendo o único Estado-membro se opondo ao passo.
"As pessoas que estão se escondendo da justiça sueca devem ser trazidas à Suécia. Há criminosos que podem estar escondidos na Turquia, que deveriam ser processados na Suécia, então quanto mais cooperação pudermos ter que possa trazer criminosos à Justiça, melhor será", disse Kristersson à mídia sueca, sublinhando que levantou essa questão em uma conversa recente com Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia.
Anders Thornberg, chefe da polícia nacional da Suécia, sublinhou que no passado era comum que os criminosos suecos se refugiassem na Espanha, mas após Madri e a Europol começarem uma estreita cooperação, os suspeitos de crimes têm se escondido na Turquia. Ele revelou que está discutindo a questão com a polícia turca, o governo sueco e um contato na Turquia.
Segundo a mídia sueca, um dos criminosos da Suécia, procurado internacionalmente por Estocolmo e o Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) dos EUA, entre outras entidades, por crimes de drogas, descreveu a Turquia em conversas cifradas como um "paraíso de gângsteres".
Os criminologistas suecos referem que os suspeitos de crimes também podem se tornar cidadãos desse país, o que significa maior proteção. Embora tanto a Suécia quanto a Turquia tenham aderido à Convenção Europeia de Extradição de 1957, ambos têm o direito de interromper a extradição de seus próprios cidadãos, e não existe nenhum acordo formal de extradição entre os dois países.
Tobias Billstrom, ministro das Relações Exteriores da Suécia, destacou o recente acordo entre Helsinque, Estocolmo e Ancara como facilitando o acesso do sistema judiciário sueco aos criminosos em fuga na Turquia.