A história das supostas delegacias secretas chinesas espalhadas pelo mundo voltou a ganhar força nesta segunda-feira (5), após a divulgação pela Safeguard Defenders, ONG com sede na Espanha, de que a China tem três delegacias "clandestinas" no Brasil.
Embora Pequim tenha classificado acusações semelhantes de "histórias fantasiosas", o Reino Unido e os EUA debatem o tema com preocupação em suas principais instâncias de segurança nacional.
Segundo a Safeguard Defenders, as autoridades chinesas mantêm as delegacias secretas para monitorar e intimidar chineses no exterior, além de obrigar dissidentes, em determinados casos, a embarcarem de volta para o país.
A entidade sustenta que Pequim passou a ter cada vez mais interesse nas atividades dos 40 milhões de chineses que vivem fora de seu país de origem, com mais de 100 delegacias de polícia mantidas pela China em 53 países de forma clandestina.
O governo chinês argumenta que os locais servem apenas para prestar serviços aos chineses no exterior, incluindo procedimentos burocráticos como renovação de passaporte ou carteira de motorista.
Mas para a Safeguard Defenders, tais centros são usados para "assediar, ameaçar, intimidar e forçar" chineses a retornarem ao país para serem processados.
Em setembro, quando uma parcela desses casos foi revelada em países como Canadá e Alemanha, autoridades ocidentais abriram investigações.
Na América Latina, Peru, Colômbia, Panamá, Equador, Cuba, Chile e Argentina também contariam com delegacias clandestinas. O levantamento revelou que tais escritórios ainda existiriam em Los Angeles e Nova York.