Panorama internacional

Japão exclui Sakhalin-2 do teto de preço de petróleo aplicado à Rússia

Apesar das tentativas de cortar as receitas energéticas da Rússia, o Japão permitiu que o projeto não fosse abrangido pela restrição ao preço de petróleo do país.
Sputnik
O Japão implementou o teto de preço para o petróleo da Rússia, mas decidiu excluir o projeto petrolífero Sakhalin-2 da medida, anunciou na segunda-feira (5) o Ministério das Relações Exteriores do país asiático em um documento de 14 páginas.
"Em termos de garantir a segurança energética do Japão, o petróleo do Sakhalin-2 não está sujeito a estas medidas regulatórias. Assim, operações como importação, comércio intermediário, transporte, desalfandegamento [e] seguro estarão disponíveis para o petróleo do Sakhalin-2", disse o órgão governamental.
No entanto, os importadores terão que obter um documento confirmando que o petróleo importado é realmente produzido no projeto Sakhalin-2, pois a importação de qualquer outra fonte petrolífera russa acima do teto, inclusive do projeto Sakhalin-1, será proibida.
"Quanto ao petróleo russo, cujos contratos foram assinados antes da introdução destas medidas restritivas, também não será abrangido pelas restrições, desde que seja descarregado antes de 19 de janeiro de 2023", acrescenta o documento, referindo que as restrições aos produtos petrolíferos russos começarão em 5 de fevereiro de 2023.
"No entanto, atualmente não se sabe se serão feitas exceções para os produtos petrolíferos russos", segundo o documento.
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Tóquio notou ainda que as medidas restritivas não têm uma duração especificada, mas considera as medidas temporárias por serem parte das sanções contra a Rússia.
Nesta segunda-feira (5) entraram em vigor simultaneamente o embargo petrolífero da UE e o teto de preço ao petróleo da Rússia, que têm o objetivo de cortar as receitas de Moscou para a sua operação especial na Ucrânia. Desde 24 de fevereiro o bloco europeu aplicou oito rodadas de sanções e outras restrições contra a Rússia com esse objetivo, enquanto os EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Coreia do Sul e Taiwan também têm introduzido restrições.
No final de fevereiro, a empresa britânica Shell anunciou sua retirada de todos os projetos conjuntos com a estatal russa Gazprom no mar de Okhotsk, inclusive do Sakhalin-2, e terminou o processo em setembro. Em 3 de agosto, o governo da Rússia ordenou a criação da Sakhalin Energy LLC, o novo operador do projeto Sakhalin-2. No final desse mês, Moscou também publicou uma lei que permite às japonesas Mitsui e Mitsubishi tomar posse de suas participações no novo operador.
Dependente das importações de energia, o Japão tem sido mais cauteloso relativamente ao Sakhalin-2, especialmente em meio à alta dos preços energéticos no país.
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