"Este tema é tão potencialmente explosivo que muitos aliados da OTAN nem sequer tentam falar dele", afirma a autora.
Segundo Bayer, apesar de a Europa e os EUA terem ultrapassado diversos tabus, a perspectiva da participação ucraniana da OTAN ainda é um "tema proibido". A colunista destaca que a apresentação por Vladimir Zelensky do pedido de adesão acelerada à OTAN "apanhou de surpresa muitos parceiros próximos de Kiev, causando irritação em alguns deles".
A jornalista citou as palavras recentes do presidente francês Emmanuel Macron, segundo as quais a futura arquitetura da segurança europeia deve incluir garantias de segurança para a Rússia. A maioria dos restantes aliados, de fato, se desvia do tema da adesão da Ucrânia à OTAN, acrescentou a autora.
"Berlim e Paris consideram uma potencial adesão da Ucrânia à aliança como uma questão altamente sensível que, por enquanto, deve ser evitada", concluiu Bayer.
No fim de setembro passado, Vladimir Zelensky assinou o pedido de adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica sob o procedimento acelerado. Posteriormente, o assessor de Segurança Nacional do presidente dos EUA, Jake Sullivan, sublinhou que tal passo agora seria "prematuro".
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, comentando as palavras de Zelensky, reconheceu que o bloco mantém a mesma posição sobre o direito de cada país de determinar o seu caminho e sobre a política de "portas abertas", embora enfatizando que, atualmente, a aliança está focada em prestar ajuda a Kiev em sua autodefesa.
Desde 24 de fevereiro, Moscou tem conduzido uma operação militar na Ucrânia. O presidente russo Vladimir Putin declarou como seu objetivo final a libertação de Donbass e a criação de condições que garantam a segurança da Federação da Rússia.