Panorama internacional

China e Índia ainda em desacordo sobre motivo da briga de tropas em disputada fronteira do Himalaia

Chefe de defesa indiano diz que soldados do Exército de Libertação Popular (ELP) da China tentaram "mudar o status quo" no ponto crítico da fronteira.
Sputnik
China e Índia deram relatos conflitantes sobre a causa de um confronto em uma região disputada na fronteira do Himalaia na semana passada, que deixou soldados de ambos os lados com ferimentos leves.
Long Shaohua, porta-voz do Exército chinês, disse que o confronto aconteceu durante uma patrulha regular de fronteira na sexta-feira (9), quando tropas chinesas foram interceptadas por solados indianos que estavam "atravessando ilegalmente a fronteira".

"A resposta de nossas tropas é profissional, firme e padrão, o que ajudou a estabilizar a situação", disse Long nesta terça-feira (13), segundo informações do South China Morning Post. O porta-voz acrescentou que "ambos os lados estão em desacordo desde então".

O Ministério das Relações Exteriores da China confirmou que o confronto entre as tropas indianas e chinesas resultou em "ferimentos leves", mas enfatizou que "a situação na fronteira é geralmente estável".
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A Defesa da Índia, por sua vez, acusa a China de tentar "mudar unilateralmente o status quo" ao longo da fronteira contestada. De acordo com um comunicado do Exército indiano, as tropas chinesas "invadiram a Linha de Controle Real (LAC, na sigla em inglês), no setor de Tawang".
A Linha de Controle Real é uma demarcação frouxa que separa os territórios controlados por chineses e indianos de Ladakh. Enquanto Nova Deli reivindica um estado indiano, Pequim afirma que cerca de 90 mil quilômetros quadrados fazem parte do sul do Tibete.
A mídia indiana disse que cerca de 20 soldados indianos e "um número muito maior do lado chinês" sofreram ferimentos leves "enquanto as tropas se chocavam" no setor altamente sensível de Tawang, citando várias fontes do sistema de defesa e segurança do país.

Disputa na Linha de Controle Real

A fronteira vagamente demarcada que divide os países do Himalaia teve uma escalada de tensões em 2020, e desde então os militares dos dois países estão em alerta máximo em meio ao impasse na fronteira.
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Após o início de obras de desenvolvimento de infraestrutura na região de Pangong Tso, confrontos violentos eclodiram em 15 e 16 de junho, nos quais 20 soldados indianos e quatro chineses foram mortos. Cada lado implantou tanques, caças e 60 mil soldados na região.
Em setembro de 2020 a Índia e a China concordaram em retirar as tropas de certos pontos de fricção, tais como o vale de Galwan, posto de Gogra e lago Pangong Tso, um processo que começou em fevereiro de 2021.
Nos últimos dois anos, Nova Deli e Pequim realizaram diversas conversas militares e diplomáticas após confrontos violentos com mortes na fronteira em 2020. A retirada das tropas começou pelo "consenso alcançado na 16ª rodada da Reunião de Nível de Comandante do Corpo da China na Índia", realizada em 17 de julho de 2022.
Na ocasião, o Exército indiano comentou que o desenvolvimento é propício à paz e tranquilidade nas áreas de fronteira.
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